O dólar fechou em alta de 0,43%, cotado a R$ 5,75, nesta segunda-feira (24/2). Isso depois de ter atingido a mínima de R$ 5,70. Com o resultado, a moeda dos Estados Unidos acumula alta de 0,61% na semana, mas queda de 1,83% em fevereiro e recuo de 7,27% no ano frente ao real. A DE brasileira (B3), por sua vez, despencou. Por volta das 17 horas, o Ibovespa, o principal índice da B3, caía 1,49%, aos 125.238 pontos, com ações de grande peso no indicador perdendo valor. Esse foi o caso dos papéis da Petrobras (-1,14%), da Vale (-0,95%) e de bancos como o Bradesco (-2,11%).
Na avaliação de João Vitor Saccardo, responsável pela mesa de renda variável da corretora Convexa, o dólar e a B3 sofreram o impacto de declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele afirmou, por exemplo, que a economia brasileira crescerá “mais do que o previsto” em 2025. Lula disse ainda que o crescimento será puxado pela microeconomia e as pessoas não devem acreditar nessa “bobagem de macroeconomia”. O presidente observou que trabalha para garantir crédito para os empreendedores.
As declarações foram feitas em evento de assinatura do contrato de navios da Transpetro pelo Programa de Renovação da Frota Naval do Sistema Petrobras, em Rio Grande (RS). Para Saccardo, tais manifestações, que em tese apontam para uma política expansionista de gastos, levaram os investidores a acreditar numa eventual piora das expectativas de inflação. Algo que já havia sido constatado na manhã desta segunda-feira pelo Boletim Focus, do Banco Central (BC). Ele mostrou novo aumento das estimativas do IPCA para 2025 e 2026.
Nesse mesmo contexto, o mercado também teria repercutido as afirmações feitas pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, no mesmo evento, no Rio Grande do Sul. Ele adiantou que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de janeiro de 2025 registrou a criação de mais de 100 mil vagas. O que mostra que mercado de trabalho segue aquecido, algo que, avaliam os especialistas, também resulta numa pressão de alta sobre a inflação.