Arcebispo em MG lamenta morte do Papa Francisco: ‘Envio-lhe, caro irmão, a bênção ‘
Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos, desta segunda-feira (21). Missa especial foi celebrada nesta manhã pelo arcebispo, Dom Gil Antônio Moreira.
O Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, divulgou uma nota de pesar na manhã desta segunda-feira (21) pela morte do Papa Francisco, que se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ficar internado por cerca de 40 dias.
“Acabei de saber da infausta notícia do falecimento de nosso amado Papa Francisco. Unidos com todo o mundo católico, e a todos que amam a Deus, rezemos iluminados pela luz da Páscoa, a ressurreição de Cristo, a vida que vence a morte. Envio-lhe, caro irmão, a bênção “, informou Dom Gil Antônio Moreira da Arcebispo metropolitano de Juiz de Fora.
Uma missa especial foi celebrada nesta manhã por Dom Gil Antônio Moreira, no Lar Sacerdotal da Arquidiocese, no Bairro Alto dos Passos. Outras missas serão realizadas ao longo do dia, mas a programação ainda não foi divulgada.
Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local. As informações foram confirmadas pelo Vaticano. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos.
LEGADO DE TOLERÂNCIA E DIÁLOGO
Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto.
À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu.
Apesar de ter sido eleito papa contra a própria vontade, a carreira de Francisco no catolicismo foi uma escolha própria do argentino. Formado em Ciências Químicas e professor de Literatura, o religioso filho de imigrantes italianos acabou optando por se dedicar aos estudos eclesiásticos.
Seu perfil jovial e descontraído — ele gostava de fazer piadas e brincadeiras — o tornou uma opção popular entre os colegas cardeais e uma escolha antes de mais nada conjuntural.
A modernidade também levou Francisco a lidar com outros assuntos delicados para a Igreja, como os direitos LGBTQIA+ e o sexismo.
Ele foi elogiado por avanços como o de permitir bênçãos de padres a casais do mesmo sexo, colocar mulheres em cargos mais altos no Vaticano e permitir que elas votassem no Sínodo dos Bispos — a reunião em que bispos debatem e decidem questões ideológicas e regimentos internos.
O papa defendia que apenas cristãos do sexo masculino poderiam ser ordenados para o sacerdócio, usando como base a premissa da Igreja Católica de que Jesus escolheu homens como apóstolos.
Mas também foi criticado por avançar menos do que o esperado na questão feminina. Francisco terminou seu papado sem permitir sacerdotes do sexo feminino, reivindicação histórica de parte das católicas.
O pontífice também ficou marcado por discursos políticos durantes sermões.
Mas o combate à pobreza sempre foi sua prioridade. Ao ser apontado como o novo papa, ele escolheu o nome de seu novo título em homenagem a São Francisco de Assis, protetor dos pobres. O lema de seu papado foi “Miserando atque eligendo” — “Olhou-o com misericórdia e o escolheu”, em português.