Dom Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida, é o cardeal mais velho do Brasil, com 88 anos, a mesma idade que tinha o papa Francisco quando foi eleito. Ele partiu para a Itália para participar do Colégio dos Cardeais no Vaticano, onde discute assuntos urgentes da Igreja Católica e aguarda a escolha do novo papa. Natural de Capela Nova, cidade do Campo das Vertentes, ele é um dos oito cardeais brasileiros que podem ser eleitos para o pontificado.
Antes de sua viagem para Roma, Dom Raymundo manifestou à TV Integração a sua perspectiva diante da possibilidade de ser eleito papa. Mesmo com fiéis torcendo por sua eleição, ele considera a sua idade avançada um obstáculo, citando a importância de o pontífice estar em boa saúde para cumprir com vigor as exigências da missão. Por ser mais velho do que o limite máximo de 80 anos para votar, ele está ciente de que não poderá participar diretamente do conclave.
Durante sua estadia em Roma, Dom Raymundo tem a oportunidade de contribuir nas discussões do Colégio dos Cardeais, abordando questões cruciais para a Igreja. Ele destaca a importância do próximo papa seguir os passos de Francisco, ressaltando o legado deixado por ele em seus 12 anos de liderança. Em particular, realça a capacidade de acolhimento do papa Francisco às pessoas, especialmente os mais vulneráveis da sociedade.
Em 2022, Dom Raymundo teve a honra de representar o Vaticano na beatificação de Isabel Cristina, em Juiz de Fora, assassinada brutalmente aos 20 anos em 1982. Seu compromisso com a religião teve início em Capela Nova, onde nasceu em 1937, e o levou a estudar filosofia e teologia no Brasil e no exterior. Ao longo de décadas de serviços pastorais, atuou como pároco e bispo, antes de assumir o arcebispado de Aparecida, onde permaneceu por 13 anos.
Além disso, Dom Raymundo ocupou posições relevantes em entidades eclesiásticas, como o posto de secretário-geral do CELAM e da CNBB. Nomeado cardeal em 2010 por Bento XVI, ele já participou de um conclave anterior, em 2013. No contexto brasileiro, destaca-se o número de sete cardeais com direito a voto, excluindo-se Dom Raymundo, cuja idade avançada o impede de participar diretamente da escolha do novo papa. Com uma trajetória sólida e dedicada à Igreja, Dom Raymundo Damasceno representa um exemplo de liderança e fé para os fiéis.