Doméstica desaparecida devido a depressão e dívidas é encontrada: História de superação e recomeço

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Família de doméstica que desapareceu conta que ela está com depressão e dívidas: ‘Achou que o melhor era fugir’

Após ser encontrada, a prima de DE disse que ela está afastada da família. A prima afirmou que a família torce pela recuperação da doméstica e que ela volte ao convívio familiar.

A família da empregada doméstica Gisele Heloísa Alves Silva, de 29 anos, que foi considerada desaparecida, contou que a jovem achou que seria melhor fugir. Segundo a familiar, que preferiu não se identificar, Gisele passava por problemas financeiros e apresentava sinais de depressão.

“A Gisele vinha passando por alguns problemas de depressão, problemas financeiros e, aí, tudo acarretou nessa decisão dela, no desespero dela naquele momento. Ela achou que o melhor era fugir de todo mundo.”, afirmou.

O caso aconteceu em Goianira, Região Metropolitana de Goiânia. Após ser encontrada pela polícia, a prima disse que Gisele está afastada da família, incluindo da própria filha, que está sob os cuidados dos avós paternos e maternos.

“A família conversou com [a filha dela] e aí ficou como uma separação, onde a Gisele seguiu para refazer a vida dela em outra cidade e, depois, procurar a filha que, na verdade, a gente acredita que é isso que vai acontecer”, declarou.

O marido de Gisele, Luan Lucas Moura, de 38 anos, afirmou anteriormente em entrevista ao DE que a esposa pegava muito dinheiro emprestado com parentes e está devendo a ele, ao pai, à prima e ao irmão dela. Segundo Luan, ela tem dívidas de R$ 15 mil devido a um vício em jogos e apostas.

A prima afirmou que a família torce pela recuperação da doméstica e que ela volte ao convívio familiar.

“A gente espera que ela se trate, melhore e, com o tempo, volte ao convívio da filha, dos pais e de nós, amigos e familiares próximos”, afirmou.

Em entrevista ao DE, Luan afirmou que Gisele fazia apostas em jogos de azar online. Segundo ele, a mulher chegou a acumular dívidas de até R$ 15 mil.

“Eu não tenho mais contato com ela, mas ela falou para o pai que as transações altas, cerca de R$ 3 mil por semana, eram por conta dos jogos. Ela sempre pegava dinheiro emprestado, ela está devendo a muitas pessoas: eu, o pai, a prima, o irmão. É um vício”, declarou.

Luan contou que também jogava em 2023, mas decidiu parar e Gisele continuou, mas em segredo da família.

No dia 6 de maio, o marido de Gisele, Luan Lucas, de 38 anos, procurou a polícia para registrar um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento da esposa. Segundo ele, Gisele deixou a filha do casal em casa, em Goianira, e saiu para trabalhar.

Algum tempo depois, Luan disse que recebeu uma mensagem da esposa dizendo que o carro teria parado de funcionar por falta de combustível. Também por mensagens, a doméstica avisou que chamaria uma moto por aplicativo para chegar no trabalho, em Goiânia, e depois não foi mais vista.

Gisele chegou a enviar um vídeo ao marido dizendo onde deixaria o carro (veja abaixo).

Mulher que desapareceu enviou vídeo para marido antes de solicitar corrida por aplicativo

As buscas pela mulher começaram na quarta-feira (7). De acordo com a delegada Carla, a corporação conseguiu encontrar imagens de câmeras de segurança que mostravam Gisele caminhando por Goiânia.

Carla contou que, cerca de 48 horas após o início das buscas, a polícia descobriu que a mulher havia entrado em um ônibus e desembarcado em Guarulhos, seguindo depois para Santos, no Estado de São Paulo. Lá, a delegada afirmou que Gisele conseguiu uma carona com um caminhoneiro e tinha planos de seguir até Palmas, no Tocantins.

“Ela explicou que estava desesperada, disse que não queria voltar pra casa e saiu meio sem rumo, sem destino em São Paulo e acabou encontrando esse rapaz que poderia dar uma carona para ela”, declarou.

Após a polícia receber a informação de que Gisele estaria seguindo rumo a Palmas em um caminhão, a delegada contou que um bloqueio foi montado no trajeto próximo a Itumbiara, região sul de Goiás, com o apoio da Polícia Militar, que abordou vários caminhões até encontrar a mulher, no sábado (10).

“Ela não queria avisar [à família], não queria nem que nós avisássemos à família. Ela disse que estava envergonhada e sem saber que atitude tomar”, afirmou Carla.

CRONOLOGIA DO DESAPARECIMENTO

6/05: Gisele manda uma mensagem e um vídeo para o marido dizendo que o carro estava sem gasolina, e que seguiria para o trabalho com uma moto por aplicativo. A polícia descobriu que ela foi para a Vila Mutirão, em Goiânia, e não para a casa dos patrões;

6/5: Na tarde do mesmo dia, o marido de Gisele, Luan Lucas, de 38 anos, ligou para o patrão dela e descobriu o sumiço, pois ela não estava no trabalho, em Goiânia;

7/5: Gisele fez uma corrida por aplicativo para ir da Vila Mutirão, em Goiânia, para Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Lá, ela pegou um ônibus com destino a Guarulhos, em São Paulo, de acordo com a polícia.

– A doméstica desembarcou em Santos (SP). Lá, conheceu um caminhoneiro que iria viajar até Palmas, no Tocantins, e pediu uma carona. A data em que ela desembarcou e em que pegou a carona não foi divulgada pela polícia.

10/5: No sábado, Gisele foi encontrada pela polícia no caminhão, em Itumbiara.

12/5: Polícia divulga informações sobre o depoimento da doméstica. Gisele disse que fugiu porque estava com dívidas.

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