O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que colocará o Departamento de Polícia Metropolitana de Washington, D.C. sob controle federal e enviará a Guarda Nacional para a cidade a fim de restaurar a ordem na capital do país. Durante uma entrevista coletiva na Casa Branca, Trump afirmou: ‘Estou invocando oficialmente a seção 740 da Lei de Autonomia do Distrito de Columbia e colocando o Departamento de Polícia Metropolitana de Washington D.C. sob controle federal direto.’ Trump destacou que suas ações visam colocar a situação sob controle rapidamente, assim como fez na fronteira sul. Ele também anunciou o envio da Guarda Nacional para apoiar na restauração da lei, ordem e segurança pública na capital.
Este é o mais recente esforço de Trump para intervir em cidades democratas, demonstrando poder Executivo sobre questões tradicionalmente locais. O presidente tem enfrentado críticas de fabricar crises para ampliar sua autoridade presidencial. A prefeita de Washington, Muriel Bowser, negou as alegações de Trump, afirmando que a cidade não enfrenta um aumento de crimes. Ela ressaltou que os índices de crimes violentos estão em queda e atingiram o menor nível em mais de três décadas no ano passado.
Apesar da redução do crime violento em Washington nos últimos anos, o problema da violência armada persiste na cidade. Em 2023, a capital americana registrou a terceira maior taxa de homicídios por arma de fogo entre as cidades com população acima de 500.000 habitantes nos EUA. Trump tem novamente recorrido ao uso da Guarda Nacional, uma estratégia que anteriormente empregou em Los Angeles em junho, em resposta aos protestos contra as políticas migratórias de seu governo.
A decisão de Trump de enviar a Guarda Nacional para Washington tem causado controvérsias, com autoridades locais e estaduais se opondo à medida por considerarem desnecessária e inflamatória. O presidente possui ampla autoridade sobre os 2.700 membros da Guarda Nacional em Washington, diferentemente dos governadores estaduais, que normalmente ativam as tropas. As ações de Trump refletem sua disposição em utilizar recursos federais para intervir em questões locais, o que tem gerado debates acerca dos limites do poder presidencial.
As tropas da Guarda Nacional já foram enviadas a Washington em diversas ocasiões, incluindo em resposta ao ataque ao Capitólio ocorrido em janeiro de 2021. Durante seu primeiro mandato, Trump mobilizou a Guarda Nacional em 2020 para conter manifestações durante protestos nacionais contra a brutalidade policial após o assassinato de George Floyd. A postura do presidente em relação ao uso da Guarda Nacional tem levantado questionamentos sobre o papel das forças armadas em questões civis e a autonomia das autoridades locais.