Donald Trump vence eleições nos EUA com 270 delegados

O candidato republicano Donald Trump, de 78 anos, venceu as eleições presidenciais dos Estados Unidos na terça-feira, 5, garantindo votos suficientes para um novo mandato como presidente, segundo a projeção da Associated Press desta quarta-feira, 6 de novembro.

A vitória de Trump foi anunciada após atingir uma margem segura de votos, tornando impossível para a democrata Kamala Harris superá-lo, mesmo com a contagem de cédulas pelo país não totalizada. Sua vitória repercutiu globalmente, com líderes mundiais parabenizando Trump.

Trump discursou na Flórida, antes mesmo de Kamala Harris reconhecer a derrota. Ele agradeceu o apoio do público, da família e de amigos, classificando sua vitória como o “maior movimento político de todos os tempos”. Trump prometeu devolver uma “América segura e próspera” e afirmou que seu slogan será “promessas feitas serão cumpridas”. Ele também falou sobre imigração ilegal, prometeu uma virada na economia dos EUA e pregou a união entre todos os americanos.

Esta é a segunda vez que um presidente volta ao cargo na história dos EUA, após Grover Cleveland (1893-1897 e 1885-1889). Trump assume o cargo em 20 de janeiro de 2025 e terá a Câmara e o Senado de maioria republicana nos dois primeiros anos de seu governo.

No entanto, a reeleição de Trump também traz desafios significativos. Ele é o primeiro presidente já condenado na Justiça, tendo sido condenado por fraude contábil em maio deste ano por declarar como gasto de campanha um pagamento feito a uma ex-atriz pornô para comprar o silêncio sobre um suposto caso durante a campanha presidencial de 2016.

Trump ainda é réu em três processos diferentes, com dezenas de acusações, incluindo a tentativa de reverter de forma ilegal as eleições presidenciais de 2020. Ele é acusado por 18 mulheres de crimes sexuais, três deles estupros, segundo um levantamento da rede de TV norte-americana ABC. Trump nega todos os casos.

Durante sua campanha, Trump criticou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e abandonou o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas, alegando que as metas impostas aos norte-americanos eram muito altas. Ele também nomeou três juízes da Suprema Corte, impulsionou cortes de impostos favoráveis a empresas e revogou uma série de regulamentações governamentais.

A eleição também foi marcada por fenômenos como a “miragem vermelha” e a “virada azul”. A “miragem vermelha” ocorre quando os primeiros resultados da noite da eleição indicam uma aparente vitória dos republicanos, mas à medida que os votos antecipados e os dados das grandes cidades são contabilizados, a diferença diminui e a tendência pode se inverter, no que se conhece como “virada azul”, favorável aos democratas. Especialistas esperam que este fenômeno se repita, embora com menos intensidade do que em 2020.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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