Última atualização 06/11/2024 | 08:47
O candidato republicano Donald Trump, de 78 anos, venceu as eleições presidenciais dos Estados Unidos na terça-feira, 5, garantindo votos suficientes para um novo mandato como presidente, segundo a projeção da Associated Press desta quarta-feira, 6 de novembro.
A vitória de Trump foi anunciada após atingir uma margem segura de votos, tornando impossível para a democrata Kamala Harris superá-lo, mesmo com a contagem de cédulas pelo país não totalizada. Sua vitória repercutiu globalmente, com líderes mundiais parabenizando Trump.
Trump discursou na Flórida, antes mesmo de Kamala Harris reconhecer a derrota. Ele agradeceu o apoio do público, da família e de amigos, classificando sua vitória como o “maior movimento político de todos os tempos”. Trump prometeu devolver uma “América segura e próspera” e afirmou que seu slogan será “promessas feitas serão cumpridas”. Ele também falou sobre imigração ilegal, prometeu uma virada na economia dos EUA e pregou a união entre todos os americanos.
Esta é a segunda vez que um presidente volta ao cargo na história dos EUA, após Grover Cleveland (1893-1897 e 1885-1889). Trump assume o cargo em 20 de janeiro de 2025 e terá a Câmara e o Senado de maioria republicana nos dois primeiros anos de seu governo.
No entanto, a reeleição de Trump também traz desafios significativos. Ele é o primeiro presidente já condenado na Justiça, tendo sido condenado por fraude contábil em maio deste ano por declarar como gasto de campanha um pagamento feito a uma ex-atriz pornô para comprar o silêncio sobre um suposto caso durante a campanha presidencial de 2016.
Trump ainda é réu em três processos diferentes, com dezenas de acusações, incluindo a tentativa de reverter de forma ilegal as eleições presidenciais de 2020. Ele é acusado por 18 mulheres de crimes sexuais, três deles estupros, segundo um levantamento da rede de TV norte-americana ABC. Trump nega todos os casos.
Durante sua campanha, Trump criticou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e abandonou o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas, alegando que as metas impostas aos norte-americanos eram muito altas. Ele também nomeou três juízes da Suprema Corte, impulsionou cortes de impostos favoráveis a empresas e revogou uma série de regulamentações governamentais.
A eleição também foi marcada por fenômenos como a “miragem vermelha” e a “virada azul”. A “miragem vermelha” ocorre quando os primeiros resultados da noite da eleição indicam uma aparente vitória dos republicanos, mas à medida que os votos antecipados e os dados das grandes cidades são contabilizados, a diferença diminui e a tendência pode se inverter, no que se conhece como “virada azul”, favorável aos democratas. Especialistas esperam que este fenômeno se repita, embora com menos intensidade do que em 2020.