Dono de banco preso em operação da PF contra lavagem de dinheiro é policial civil e já foi acusado de corrupção por delator do PCC

 A Polícia Federal (PF) realizou nesta terça-feira,26,  uma operação contra crimes financeiros que resultou na prisão de um policial civil de São Paulo, Cyllas Elia, que também é dono do 2 Go Bank. Elia havia sido acusado de corrupção por um delator do PCC que foi executado no Aeroporto Internacional de São Paulo.
A operação, que ocorreu em seis estados (São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Ceará, Santa Catarina e Bahia) e no Distrito Federal, visou desmantelar uma organização criminosa que operava um complexo sistema bancário ilegal de lavagem de dinheiro e evasão de divisas para pelo menos 15 países. A investigação revelou que o grupo, chefiado em parte por chineses, movimentou cerca de R$ 6 bilhões nos últimos anos.
O delator, Gritzbach, havia denunciado Elia por corrupção oito dias antes de ser morto a tiros no aeroporto em 8 de novembro. As câmeras de segurança capturaram o crime. Gritzbach era réu em dois processos: um por mandar matar dois membros do PCC e outro por lavar dinheiro para a quadrilha. Ele aceitou a delação premiada para reduzir sua pena.
A PF não realizou a operação diretamente por causa da delação de Gritzbach, mas tinha informações de que Elia já havia sido acusado anteriormente por crimes financeiros. Elia pediu afastamento da Polícia Civil há um ano e meio e é CEO e fundador do 2 Go Bank, segundo suas páginas pessoais na internet e registros na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp).
A delação de Gritzbach indicou que o 2 Go Bank era usado por Elia para lavar dinheiro do PCC. Além disso, Elia tem ligações com dois membros do PCC executados em 2021 em São Paulo.
A operação “Tai-Pan” envolveu a prisão de 16 pessoas e a execução de 41 mandados de busca e apreensão. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 10 bilhões de 214 empresas. O dinheiro circulava dentro do Brasil e era enviado principalmente para a China, Hong Kong, Estados Unidos, Canadá, Panamá, Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Peru, Holanda, Inglaterra, Itália, Turquia e Emirados Árabes.
A organização criminosa usava métodos clássicos de lavagem de dinheiro, como boletagem, empresas de fachada, laranjas, falsificação de documentos de importação e exportação, e operações de câmbio fraudulentas. Além disso, recorreu a métodos modernos que permitiram saltar de milhões para bilhões de reais.
Dois suspeitos de participarem da execução de Gritzbach, Kauê do Amaral Coelho e Matheus Augusto de Castro Mota, são procurados pela polícia e têm prisões temporárias decretadas.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo trabalha com várias linhas de investigação, não descartando a participação de membros do PCC, agentes de segurança ou devedores de Gritzbach. Cinco policiais civis delatados e oito agentes da Polícia Militar que faziam a escolta particular de Gritzbach foram afastados preventivamente.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Israel ataca aeroporto no Iêmen com diretor da OMS presente no local

Israel realizou ataques aéreos nesta quinta-feira, 26, contra o aeroporto internacional de Sanaa, capital do Iêmen, e outros alvos controlados pelos rebeldes huthis. As operações, que deixaram pelo menos seis mortos, ocorreram após os disparos de mísseis e drones pelos huthis contra Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o objetivo dos ataques é enfraquecer o que chamou de “eixo do mal iraniano”.

Os bombardeios atingiram o aeroporto de Sanaa e a base aérea de Al Dailami, além de instalações militares e uma usina de energia em Hodeida, no oeste do país. Testemunhas relataram ao menos seis ataques no aeroporto, enquanto outros alvos incluíram portos nas cidades de Salif e Ras Kanatib. Segundo o Exército israelense, as estruturas destruídas eram usadas pelos huthis para introduzir armas e autoridades iranianas na região.

Durante o ataque ao aeroporto de Sanaa, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, estava presente. Apesar dos danos e vítimas relatados, Tedros afirmou estar “são e salvo”. No entanto, um membro da tripulação de seu avião ficou ferido. A comitiva da OMS e da ONU que o acompanhava não sofreu ferimentos graves.

O Irã, aliado dos huthis, condenou os ataques israelenses, classificando-os como um “crime” e uma violação da paz internacional. Os rebeldes huthis também denunciaram os bombardeios, chamando-os de uma “agressão contra todo o povo iemenita”.

Desde 2014, os huthis controlam grande parte do Iêmen, incluindo Sanaa, após a derrubada do governo reconhecido internacionalmente. A guerra, que se intensificou com a intervenção de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, transformou o conflito em uma das maiores crises humanitárias do mundo.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp