Dor, dúvida e preconceito: os desafios de um jovem com varíola dos macacos

Pouco mais de um mês após o primeiro caso de Monkeypox, o constante aumento no número de casos parece não assustar a população goiana. Porém, quem já se contaminou com a doença relata dias de muita dor e incerteza. Além do preconceito, já que uma parcela da população associa a varíola dos macacos aos homossexuais.

José Diogo Cotrim, de 24 anos, que foi o 6º caso de varíola dos macacos confirmado, em Goiânia, em julho, conta que o primeiro sinal da doença foi com o aparecimento de pequenas manchas avermelhadas na região da virilha, observadas durante o banho. No dia seguinte, ao acordar sentiu a região inchada e as manchas, que mais pareciam pelos encravados, haviam se tornado feridas.

“Quando eu fui tomar banho eu percebi que tinha umas manchinhas na região da minha virilha. Estava coçando e tal, e eu pensei que era algum encravado e passou. No outro dia, quando eu acordei, minha virilha estava inchada. Eu não conseguia andar direito e sentia muita dor. Aquelas manchinhas que tinham na minha virilha, já tinha formado carocinhos”, relatou Cotrim.

Preocupado, o administrador e influencer procurou um pronto socorro da rede particular. Lá, um médico disse que ele estava com herpes. No entanto, os exames para infecções sexualmente transmissíveis não apontaram irregularidades.

“Deu tudo negativo e ele olha [médico] pra mim e diz: ‘Realmente eu não sei o que é.’ E me mandou procurar um infectologista.

Dois dias depois, José realizou uma consulta com uma especialista, que ao ver as lesões solicitou, de imediato, o teste para varíola dos macacos.

“Na hora que ela olhou já falou pra mim: ‘Eu tenho certeza que isso é Monkeypox. Não tem como ser herpes ou outra coisa’”, contou José

Dias difíceis

O resultado do exame apontou que José e o namorado, Thiago, estavam infectados com a doença. O administrador contou que o namorado já tinha feito uma “bateria de exames”, após ter sintomas gripais e fortes dores no corpo e que, inclusive, esteve internado por alguns dias na rede pública do município, até ser diagnosticado com Monkeypox.

Sem saber o que fazer, o casal ficou isolado por 20 dias. Neste período precisam lidar com todos os sintomas e incertezas.

“Depois que eu já estava confirmado e isolado comecei com muita febre, de 40 graus, muita dor no corpo, manchas no corpo, como se fosse dengue. Apareceu mais bolhas na minha pele, nas minhas pernas, coxas, costas e mãos”, contou o influencer.

Machas no corpo de José (Foto: Arquivo pessoal do influenciador)

De acordo com José, as manchas não seguem um padrão. “Elas aparecem crostas como se fossem catapora, bolhas, como se fosse queimaduras, e marchinhas como se fossem de dengue.” Além da dor, elas causam sensação de ardência, o que fez com que ele precisasse colocar gelo sobre as erupções.

“Não dava pra dormir, não dava pra mexer, não dava pra andar e era muita febre. muita dor no corpo. É uma sensação horrível, horrível, horrível….”, afirmou José.

Feridas no corpo de José (Foto: Arquivo pessoal do influenciador)

Neste momento, o medo e a incerteza tomaram de conta do casal.

“É uma doença que não se fala, as pessoas não falam, os médicos estão despreparados, tudo novo. Eu revivi a Covid, porque a Covid eu também fui um dos primeiros a pegar”, contou José.

Ao pesquisar sobre a doença na internet, o influenciador conta que ficou ainda mais preocupado.

“Na angústia, você vai pesquisando na internet. Eu pegava pessoas com o rosto cheio de feridas, pessoas internadas. Foi aterrorizante! Eu não sei nem descrever o que a gente sentia. Era tudo muito novo e se a gente pensasse muito ia só piorando a situação”, afirmou o influenciador.

Preconceito

Apesar de todos os sintomas, José relata que a maior barreira foi o preconceito, vivido ainda antes do diagnóstico.

“Eu senti um desconforto no pronto socorro. Estava tudo bem, tudo normal, o médico já tinha até passado tomografia para ver o inchaço na virilha, mas quando eu disse que meu namorado estava também com diagnóstico não fechado, já mudou o rumo das coisas. O médico já tratou como se fosse uma IST ou algo do tipo”, explicou José.

Ao expor o diagnóstico nas redes sociais, o influenciador conta que recebeu diversos comentários preconceituosos. Inclusive, associando a doença ao foto do casal ser homossessual.

“A gente vê os comentários no tiktok de muitas pessoas. A maioria foi de incentivo, desejando melhoras. Mas a gente vê muitos comentários falando que a doença é de gay, por isso a gente pegou. É revivendo tudo o que a gente viveu com o HIV. Ouvi comentários que a gente era promíscuo….”, relatou José.

Varíola dos macacos em Goiás

De acordo com o último boletim informativo divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) , o estado já contabiliza 160 casos da doença, sendo que três deles são em mulheres e uma criança. Além disso, a pasta ainda aguarda resultado de exames 297 possíveis infectados. Até o momento, a pasta já destacou 148 casos e 10 possíveis contaminados são monitorados.

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Natal do Bem amplia acesso com nova entrada pela BR-153

O acesso via BR-153 é novidade na edição do Natal do Bem 2024, em Goiânia. Este ano, o evento conta com seis áreas de estacionamento, sendo duas próximo à rodovia federal. Ao todo, são 12 mil vagas rotativas e gratuitas disponíveis para os visitantes.

Para chegar ao Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON) pela BR-153, é necessário seguir pela marginal no primeiro ponto de acesso – próximo à Universidade Paulista (Unip), virar à direita na Rua Recife/Araxá, fazer o retorno, virar à direita na Alameda Barbacena e, por fim, virar à esquerda na Rua 106.

Para quem preferir outro percurso, pode fazer o trajeto pela GO-020, virar à direita na Avenida Doutor José Hermano e seguir até os pontos de estacionamentos próximos ao CCON. Há equipes técnicas em todos os locais para orientar os visitantes.

Em todos os acessos (vias BR-153 e GO-020), há também pontos de embarque e desembarque para usuários de transporte por aplicativos.

Para os usuários do transporte coletivo, o Natal do Bem conta, este ano, com duas linhas exclusivas e gratuitas: uma com ponto de embarque e desembarque no Deck Sul 1 do Flamboyant Shopping, e outra com ponto em frente ao Museu Zoroastro, na Praça Cívica.

As linhas funcionam de terça-feira a domingo, das 18 às 23 horas. A Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) também opera duas linhas regulares que atendem o itinerário até o local do evento: a 990, com parada no Terminal Praça da Bíblia, e a 991, no Terminal Isidória.

O Natal do Bem é uma iniciativa do governo estadual, por meio do Goiás Social e Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), e conta com entrada, estacionamentos e mais de 300 atrações culturais gratuitas.

O complexo natalino possui mais de 30 mil metros quadrados, quase três milhões de pontos de luz e uma Árvore de Natal de 40 metros de altura. A expectativa é que 1,5 milhão de pessoas visitem o evento, que segue até 5 de janeiro, de terça-feira a domingo, das 18 às 23 horas.

O evento conta com os patrocínios da Saneago, Flamboyant Shopping, Flamboyant Urbanismo, O Boticário, Sicoob, Sistema OCB, Equatorial e Mobi Transporte.

Mapa dos acessos ao Natal do Bem:

 

 

 

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