Doulas protestam contra Fundação Saúde por desvio de verba para Hospital da Mulher

Doulas protestam após Fundação Saúde dizer que emenda para Hospital da Mulher seria usada para outro fim

Em despacho, Fundação disse que por ‘ser um hospital de alto risco não cabe o serviço de doula’. Ao ser questionada pelo DE, o órgão respondeu que vai elaborar uma norma para o acesso de doulas a unidades estaduais de saúde. Deputado que requisitou a emenda fez críticas na Alerj.

Doulas protestaram, na sexta-feira (6), contra uma decisão da Fundação Saúde de não destinar uma emenda parlamentar para a contratação das profissionais para o Hospital da Mulher Heloneida Studart (HMulher), em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. O deputado Carlos Minc levou o tema à sessão parlamentar que aconteceu na última quarta-feira (4). A negativa está relacionada a uma emenda parlamentar impositiva requisitada pelo parlamentar, cujo valor de R$ 175 mil seria destinado para custear a contratação destas profissionais do parto na maternidade.

A emenda parlamentar impositiva é uma verba específica inserida no orçamento público, indicada por um parlamentar, que o governo é obrigado a executar. É um mecanismo que dá aos parlamentares o poder de direcionar recursos públicos para áreas de sua escolha, garantindo que seus projetos sejam executados.

A negativa foi dada pela Fundação Saúde em um despacho emitido em 29 de novembro (veja abaixo), sob o argumento de que o serviço não seria adequado para uma unidade de atendimento de alto risco. O documento diz que “o recurso será usado no aprimoramento do serviço de Apoio Assistencial”. Ao ser questionada pelo DE, a Fundação Saúde não citou a negativa do repasse, e respondeu que irá elaborar uma norma para organizar o acesso de doulas a unidades estaduais de saúde, em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde do RJ.

Na sessão parlamentar de quarta, na Assembleia Legislativa (Alerj), Minc disse que a Secretaria Estadual de Saúde, por meio de um procurador do Estado do RJ, afirmou que não havia impedimento legal para que as doulas fossem contratadas. Segundo o político, o corpo técnico do HMulher concordou com a execução da emenda, cabendo apenas à Secretaria Estadual de Saúde executá-la. A decisão de negar orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde sobre a presença de doulas durante o parto em todas as maternidades públicas e privadas.

De acordo com Associação de Doulas do Rio de Janeiro (ADOULASRJ), o projeto de contratação de doulas para o HMulher cumpre a Lei Estadual 8.307/19, que garante a presença de doulas em órgãos de saúde do estado, para atendimento na gestação, parto e puerpério. “Essa tentativa de remanejamento de recursos das emendas de promoção da assistência de doulas no parto é um golpe cruel, porque ele rouba direitos fundamentais das mulheres grávidas da Baixada Fluminense. Doula é cuidado de qualidade que reduz mortalidade, proporciona experiências de parto mais seguras e positivas. Não entendemos por que a Fundação Saúde não quer garantir esses direitos”, diz a presidente da ADOULASRJ, Gabriella Santoro.

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Defesa de Ludmilla recorre da absolvição de Marcão do Povo em caso de racismo

A defesa de Ludmilla recorrerá da absolvição de Marcão do Povo em um caso de racismo, após o apresentador chamar a cantora de ‘pobre macaca’. No ano passado, Marcão foi condenado a 1 ano e 4 meses de prisão em regime aberto, além de ser obrigado a pagar uma indenização de R$ 30 mil à cantora. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reverteu a decisão na semana passada.

A decisão de absolver Marcão do Povo foi assinada pela ministra Daniela Teixeira e a defesa de Ludmilla, representada pelos advogados Rafael Vieites, Felipe Rei e Bernardo Braga, já afirmou que irá recorrer. A condenação inicial foi realizada pela 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, após um recurso apresentado pela defesa da cantora.

Os advogados de Ludmilla confiam que o colegiado do STJ reverterá a decisão, considerando a conduta do acusado como criminosa e preconceituosa. Eles acreditam que esta é uma importante luta contra o racismo no país e não podem permitir um retrocesso nessa questão. Entre as punições previstas estavam prestação de serviços comunitários e pagamento de valores a instituições sociais.

Marcão do Povo foi acusado pelo Ministério Público do DF por injúria racial após o episódio em que chamou Ludmilla de ‘pobre macaca’ em 2017. Apesar de ter sido absolvido pela 3ª Vara Criminal em primeira instância em março deste ano, a defesa da cantora continuará lutando por justiça. Nas redes sociais, Ludmilla agradeceu o apoio do público e reafirmou sua determinação em não desistir dessa luta.

A atitude de Marcão do Povo gerou revolta e mobilizou não só os fãs da cantora, mas também diversos movimentos e organizações de combate ao racismo. A discussão sobre a importância de combater o preconceito racial e garantir a igualdade de tratamento para todos continua sendo um tema relevante e urgente em nossa sociedade. A esperança é de que a justiça seja feita e que casos como esse sirvam de alerta para que atos de discriminação não sejam tolerados.

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