“Doutor Bumbum” tem oito passagens na polícia e CRM em Goiás

“Razão pela qual, a competência para apurar a atuação do médico no caso em questão, pertence ao Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro – Cremerj (parágrafo único do artigo 2º do Código de Processo Ético-Profissional – Resolução CFM 2.145/2016)”

O médico carioca Denis Cesar Barros Furtado de, 45 anos, que teve a prisão temporária decretada após ser acusado pela morte da bancária Lilian Quezia Calixto de Lima Jamberci, possui seu registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) pelo Estado de Goiás. Além disso, o médico conta com oito anotações em sua ficha criminal. Conhecido nas redes sociais como “Doutor Bumbum”, já foi indiciado pelos crimes de porte ilegal de arma, ameaça e homicídio, segundo a delegada Adriana Belém, que é titular da 16ª DP (Barra da Tijuca). O médico, que fazia procedimentos cirúrgicos estéticos de forma irregular em seu apartamento, no Rio de Janeiro, tem seu registro médico, o CRM, pelo Estado de Goiás e não possuía permissão para atuar no RJ.

A namorada de Denis, Renata Fernandes Cirne de 19 anos, que participava dos atendimentos do médico, está detida no 16º DP desde o último domingo (15). Já Maria de Fátima Barros, mãe de Denis e médica que teve o CRM cassado, foi indiciada por homicídio. A bancária Lilian Quezia Calixto de Lima Jamberci de, 46 anos, saiu de Cuiabá no último sábado (14), para fazer um procedimento estético nos glúteos no Rio de Janeiro com Denis Cesar. A cirurgia, que envolvia a aplicação de silicone, foi feita de maneira ilegal na cobertura do médico, na Barra da Tijuca, com a ajuda de sua mãe e namorada. Após o procedimento cirúrgico, a bancária cuiabana teve complicações e foi encaminhada em estado grave para o Hospital Barra D’or. e mesmo após manobras para tentar estabilizar o quadro de Lilian, a mulher não resistiu e morreu.

Em nota o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), informa que, embora o médico possua inscrição secundária neste regional e inscrição principal no Distrito Federal (DF), os fatos ocorreram, no estado do Rio de Janeiro (RJ). “Razão pela qual, a competência para apurar a atuação do médico no caso em questão, pertence ao Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro – Cremerj (parágrafo único do artigo 2º do Código de Processo Ético-Profissional – Resolução CFM 2.145/2016). Não constam em nossos registros condenação decorrente de processo sob a responsabilidade do Cremego em desfavor do médico citado”, destaca a nota.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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