Duas mulheres são presas no DF por tentarem aplicar “golpe do novo número”

Duas mulheres foram presas suspeitas de tentar aplicar o “golpe do novo número” no Distrito Federal. Elas se passaram pelo irmão da vítima que é delegado em Goiás.

O golpe induz a vítima a acreditar que está falando com algum familiar ou conhecido que alega ter trocado o número de telefone e, após breve troca de mensagens, pede dinheiro emprestado. Segundo a polícia, nesse caso em questão as golpistas se passaram pelo delegado e solicitaram uma transferência bancária de aproximadamente R$3,9 mil. Inicialmente, a vítima concordou em fazer a transação, porém, como esse tipo de pedido não era comum entre os irmãos, entrou em contato com o delegado que negou ter feito o pedido.

O próprio delegado orientou o irmão sobre a necessidade de registrar a ocorrência. Durante a investigação, foi possível identificar que a beneficiária da transferência mora em Goiânia. A polícia conseguiu prender em flagrante a titular da conta bancária. A mulher, de 19 anos, confessou ter emprestado contas bancárias de sua titularidade para a prática de golpes, tendo sido descoberto, inclusive, que na mesma data ela havia recebido mais de R$30 mil, fruto do golpe do novo número praticado contra uma vítima idosa, com 63 anos de idade, que mora em São Paulo.

Além disso, na sequência das diligências, os policiais civis identificaram que parte desse valor já havia sido transferido para outra mulher, de 24 anos, que também foi localizada e presa. Ela confessou que havia emprestado a conta para recebimento do produto do crime. A polícia informou que outros envolvidos já foram identificados e podem ser detidos a qualquer momento.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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