Última atualização 18/04/2022 | 08:26
Duas pessoas foram indiciadas pela morte da idosa Neuza Candida, de 75 anos, dentro do Hospital de Urgências Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), em Goiânia. O caso ocorreu na tarde do dia 7 de abril. Os suspeitos são o morador em situação de rua, Ronaldo do Nascimento, e o vigilante que prestava serviço na unidade.
A Polícia Civil (PC) por meio da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) concluiu que Ronaldo não conhecia a vítima e não possuía a intenção de matá-la. No entanto, ele assumiu o risco quando a manipulou em seu leito sem autorização e conhecimento técnico. Tendo em vista o estado de saúde da idosa. Por este motivo, Ronaldo foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado, por ter dificultado a defesa da vítima.
Entretanto, a PC sugeriu ao Poder Judiciário a realização do exame de incidentes de insanidade mental no autor. Uma vez que há indícios de que ele seja portador de alguma doença psiquiátrica.
Já o vigilante, que é vinculado a uma empresa que presta serviço de segurança de forma terceirizada ao HUGO, foi indiciado por homicídio culposo. De acordo com a PC, ele deixou de observar protocolos de segurança básicos e autorizou a entrada de Ronaldo, em área restrita do hospital. Fato que possibilitou o crime.
Na última segunda-feira (11), o delegado responsável pelo caso, Rhaniel Almeida, disse que o médico-legista afirmou que não havia indícios de que a idosa teria morrido por asfixia ou por lesão externa. No entanto, o resultado do laudo pericial ainda não foi divulgado.
Relembre o caso:
Neuza foi internada no Hugo após sofrer uma queda, enquanto estava sozinha em sua residência na capital. Na ocasião, ela foi submetida a cirurgias. Com o agravamento de seu estado de saúde, ela superou a UTI e um coma. Se recuperando bem, a idosa foi transferida para a enfermaria da unidade, mas respirava via traqueostomia.
Na tarde do último dia 7, um homem em situação de rua adentrou a unidade de saúde para tomar banho. De acordo com a Polícia Civil (PC), ao passar pelo do quarto, onde a vítima estava internada, ele alegou tê-la ouvido pedir por ajuda. Em seguida, entrou no quarto da idosa.
Em depoimento, ele disse que ao limpar a traqueostomia, orifício pelo qual a mulher respirava, ela mexeu a boca recusando. Portanto, resolveu higienizar a boca dela, mas fez a limpeza com o buraco da traqueostomia tampada com o dedo da outra mão. Com isso, a vítima parou de se mexer e respirar, vindo a óbito.
Já as testemunhas disseram que o suspeito teria entrado na enfermaria e sem motivo aparente cometeu o crime. Ele foi preso em flagrante por homicídio qualificado com motivo fútil.
Ela foi sepultada no sábado (9), no Cemitério São Miguel, em Anápolis.