Nesta terça-feira, 29, o Senado argentino decide se aprova ou não a proposta de legalização do aborto até os três meses e meio de gestação, elaborado pelo presidente Alberto Fernández. De acordo com o jornal Clarín, um levantamento entre os senadores indicou 33 votos a favor e 32 contra. Portanto, a decisão deve ficar na mão dos cinco votos que ainda estão indecisos.
Um dos possíveis senadores “pró-vida” deverá estar ausente na votação, por estar hospitalizado com problemas cardíacos. Trata-se do ex-presidente Carlos Menem, de 90 anos, que criou no seu mandato o “Dia da criança por nascer”.
Na Câmara dos Deputados, o projeto passou com 131 votos favoráveis e 117 contra. Em caso de empate, a decisão é favorável aos pró-aborto, já que fica nas mãos de Cristina Kirchner, atual presidente do Senado, vice-presidente da Argentina e antiga presidente do país.
Em 2018, uma proposta semelhante também passou pela Câmara, mas foi barrada no Senado, enquanto a população Argentina pressionava nas ruas pela rejeição da lei.
Azul x Verde
Buenos Aires deve se colorir de novo com azul e verde, neste dia decisivo. Como foi no dia da votação na Câmara, em dezembro passado, grupos pró-aborto se juntaram nas ruas, vestidos de verde, cor símbolo do movimento. Já os pró-vida, sobretudo os católicos, devem se unir vestidos de azul celeste.
O papa Francisco, que é argentino, escreveu uma carta no dia 22 de novembro deste ano, agradecendo “de coração” ao grupo pró-vida “mujeres de las villas”, que luta pela tutela dos nascituros desde 2018. Ele encorajou-as a “seguir em frente” e declarou: “O país se orgulha de ter mulheres assim”.
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Agustin Marcarian/Arquivo/Reuters
Associação Pasos por la Vida