O Congresso diminuiu em R$ 2 bi o impacto do pacote fiscal, segundo aponta a Fazenda. Pela manhã, o ministro da Fazenda havia estimado que o encolhimento seria de R$ 1 bilhão. No entanto, a economia esperada nos próximos dois anos deve chegar a R$ 69,9 bilhões.
O Ministério da Fazenda divulgou, na noite de sexta-feira (20/12), uma nota técnica sobre a aprovação do pacote de corte de gastos. Os técnicos do órgão calcularam em R$ 2 bilhões a redução na economia das medidas em relação à projeção inicial do governo federal ao Congresso. A economia somada nos anos de 2025 e 2026 era prevista inicialmente em R$ 71,9 bilhões, mas foi ajustada para R$ 69,9 bilhões com as modificações dos parlamentares.
Em uma entrevista pela manhã, o ministro Fernando Haddad mencionou que as mudanças iriam diminuir o impacto do pacote em aproximadamente R$ 1 bilhão. Ele ressaltou que isso representa uma redução no total de R$ 70 bilhões em dois anos. Entre as reduções no pacote de gastos estava a retirada da alteração na correção do Fundo Constitucional do Distrito Federal, resultando em uma economia de R$ 800 milhões para o governo federal.
Além disso, as restrições aos “super-salários” no serviço público também geraram resistência no Parlamento, especialmente por parte de membros do Poder Judiciário. Houve um lobby na Casa para evitar a implementação dessas sanções. Quando o pacote de gastos foi lançado, o mercado reagiu de forma negativa devido ao anúncio da ampliação da isenção do imposto de renda para salários de até R$ 5 mil, o que acarretaria em uma renúncia fiscal.
Nos dias seguintes, o dólar disparou e atingiu recordes sucessivos, chegando a uma máxima histórica de R$ 6,26. No entanto, encerrou a semana valendo R$ 6,07, após uma atuação mais efetiva do Banco Central, com leilões de dólares, e a aprovação do texto de corte de despesas na Câmara e no Senado. Haddad já mencionou a possibilidade de novas medidas de restrição de despesas e defendeu que a revisão de gastos deve ser uma prática constante e não algo extraordinário.