Os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ) foram notificados sobre os processos que podem levar à cassação dos respectivos mandatos por terem faltado a mais de um terço das sessões deliberativas da Câmara. Os parlamentares terão dez dias, a partir desta quarta-feira, para se manifestar em resposta, caso queiram. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-SP) atacou o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), responsável pela notificação, e o incluiu no grupo de pessoas que, segundo ele, cedem a supostas ameaças do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Motta renova aceno ao bolsonarismo e afasta a esquerda, mas evita rompimento por apoio de Lula em 2026. A esquerda retoma o rótulo de ‘inimigos do povo’ contra a Câmara e Motta após aprovação do PL da Dosimetria. Eduardo Bolsonaro, que vive nos Estados Unidos desde fevereiro, disse que o presidente da Câmara ‘escolheu a desonra’ e ‘ainda terá a guerra’. Ele reclamou que corre o risco de perder o mandato porque Motta não o reconhece como uma vítima de perseguição política.
Eduardo Bolsonaro acrescentou ao vídeo trecho de entrevista coletiva na qual Hugo Motta confirmou que Eduardo já tinha atingido o número de faltas para ter o mandato cassado e argumentou que o presidente da Câmara ‘vai pagar o preço Moraes’. Motta afirmou que a Casa deverá analisar os pedidos de cassação de Eduardo e Ramagem a partir da próxima semana, citando a impossibilidade de exercício do mandato fora do território nacional. Já o caso de Ramagem será discutido diretamente em plenário na semana que vem, contrariando a determinação do STF para perda de mandato.
Eduardo Bolsonaro viajou aos Estados Unidos alegando sofrer perseguição do STF, atuando por sanções a autoridades brasileiras e pressionando pela anistia do pai condenado na trama golpista. Motta, pressionado pela esquerda, enfrentou diretamente o STF ao preservar o mandato da deputada Carla Zambelli e suspender o mandato do deputado Glauber Braga, ambos envolvidos em processos judiciais. A tensão entre o Legislativo e o Judiciário mostra a complexidade da situação política atual no Brasil.




