Circula nas redes sociais um vídeo no qual o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) supostamente afirma que os Estados Unidos irão buscar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Brasil. É #FAKE.
Publicado no TikTok no domingo (14), o post usa, na parte superior, uma imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao lado do presidente americano, Donald Trump. Na parte inferior, há um vídeo do deputado federal Eduardo Bolsonaro, gravado em um carro. Filho de Bolsonaro, ele se licenciou do mandato em março e se mudou para os Estados Unidos. Na gravação, que foi manipulada por inteligência artificial (IA), o parlamentar diz: “Acabei de receber a informação mais aguardada do ano: o governo dos Estados Unidos virá ao Brasil nesta semana para buscar o nosso capitão Bolsonaro”. O post enganoso foi publicado três dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) sentenciar Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão no julgamento da trama golpista. Pela primeira vez na história do Brasil, um ex-presidente foi condenado crime relacionado a golpe de Estado. Trump classificou a condenação como “terrível” e declarou que o caso era muito parecido com os processos judiciais que ele próprio enfrentou.
O Fato ou Fake submeteu a gravação viral ao Hive Moderation, ferramenta que identifica conteúdos gerados com IA. O resultado foi de 99,7% de probabilidade de o conteúdo ter sido adulterado com esse recurso. Para encontrar o material que serviu de base para a manipulação, o Fato ou Fake usou a plataforma InViD e fragmentou o vídeo em diversos frames (imagens estáticas). Depois, fez uma busca reversa por uma delas no Google Lens. Essa ação permite verificar se a mesma cena já estava publicada antes na internet. No caso, a pesquisa levou a um registro originalmente publicado por Eduardo Bolsonaro na quinta-feira (11), em sua conta no X rede social.
Na versão real, o deputado não citou qualquer ação dos Estados Unidos para buscar o pai, mas, sim, voltou a defender anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro e na trama golpista. Na terça-feira (2), o STF começou a julgar Bolsonaro e outros sete aliados entre ex-auxiliares e militares. Na denúncia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) citou que, entre o fim de 2022 e o início de 2023, os réus tentaram derrubar a democracia e impedir a posse de Lula (PT). Por 4 votos a 1, a Primeira Turma da Corte entendeu que Bolsonaro é culpado por todos os cinco dos quais era acusado.
Votaram pela condenação os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A divergência ficou por conta de Luiz Fux. No caso de Bolsonaro, a pena fixada foi de 27 anos e 3 meses, sendo 24 anos e 9 meses de reclusão (regime fechado) e 2 anos e 6 meses de detenção (regime semiaberto ou aberto). É importante verificar a veracidade das informações antes de compartilhar conteúdos nas redes sociais. Não acredite em tudo o que circula online e esteja atento às fake news.
