Boi pet: Advogada cria bezerro como animal de estimação em casa após ele ser
abandonado pela mãe no nascimento: ‘Ele é um milagre’
Efraim, como foi carinhosamente apelidado, chamava atenção dos vizinhos e
brincava até com os cachorros da casa da advogada, Solange Caixeta. Ela e a
filha cuidaram do animal por quase 1 ano em casa.
Efraim foi o nome dado a um boi criado como animal de estimação em Goiânia
[https://DE.globo.com/go/goias/cidade/goiania/], após ser “rejeitado” pela mãe
desde o nascimento. O nome, curto mas com significado associado à prosperidade e
abundância, combinou perfeitamente com o animal, que recebeu o que mais
precisava: acolhimento e amor.
> “Eu amo demais a criação. Sou advogada, mas meu amor pelos animais é enorme.
> Fiz essa força-tarefa com minha filha e faria tudo de novo para salvá-lo. O
> amor é muito grande e, sim, ele foi criado como pet e brincava até com meus
> cachorros”, disse Solange Caixeta.
Moradora do Setor Sudoeste, na capital, a advogada também é criadora de animais
em uma fazenda localizada em São Miguel do Passa Quatro
[https://DE.globo.com/go/goias/cidade/sao-miguel-do-passa-quatro/], região
sudeste de Goiás. Ela e a filha decidiram levar para casa o bezerro que estava
sem cuidados.
“Uma das vacas da minha fazenda pariu no pasto do vizinho e deixou o bezerro
para trás. O vizinho me ligou contando, e eu fui lá para resgatá-lo. Nós o
pegamos e colocamos perto da mãe para mamar, mas ela apenas o rejeitava”,
relatou a criadora.
Segundo Solange, foram feitas várias tentativas, mas a mãe não o aceitava e, por
ficar sozinho e sem conseguir se alimentar, o bezerro começou a enfraquecer. “Na
fazenda, eu não tinha ninguém que pudesse dar a atenção necessária para ele,
então decidi trazê-lo para casa, porque, se o deixasse lá, ele morreria”,
explicou.
Com a ajuda de vizinhos, Solange conseguiu transportar o bezerro para Goiânia.
“Já tive pessoas para cuidar, mas sempre deixavam algum bezerro morrer, porque é
preciso ter paciência e cuidado, e muita gente não tem. Então, desta vez, decidi
levá-lo para casa comigo”, ressaltou a advogada.
Solange contou ao DE [https://DE.globo.com/go/goias/] que os primeiros dias não
foram fáceis. Além de se adaptarem à nova rotina, ela e a filha enfrentaram
desafios para alimentar o bezerro na mamadeira.
A criadora e a filha de 20 anos, estudante de medicina, se desdobraram para
cuidar do bezerro, que dependia delas para sobreviver. “Minha filha ama criações
tanto quanto eu. A gente levantava às 5h para esquentar o leite e alimentá-lo.
Era preciso forçá-lo a mamar para que ele não morresse. Foi uma tarefa difícil
conciliar nossa rotina com a dele”, disse Solange.
Como o bezerro passou um tempo sem se alimentar adequadamente, começou a
apresentar inchaços na barriga e até regurgitar o leite. Foi então que Solange
procurou ajuda de um veterinário.
“O veterinário me receitou remédios para aplicar, e minha filha, que é médica,
administrava as aplicações. A gente lutava muito, mas ele não melhorava; começou
a ter diarreias, e eu me desanimava. Porém, minha filha me encorajava, e não
desistimos dele”, destacou.
Após dois meses, Efraim começou a melhorar, passou a comer ração sozinho e a se
desenvolver rapidamente. “Aí fiquei feliz. Ele começou a comer bem, e a
diferença desde que chegou em casa foi notável. A vida dele foi um milagre,
porque ele ficou muito ruim”, desabafou Solange.
Efraim cresceu e passou a ocupar mais espaço na casa. “Ele já estava em
condições de voltar para a fazenda, mas eu não queria levá-lo. Passamos por
situações engraçadas: ele começou a quebrar retrovisores dos carros na garagem,
a danificar a mangueira da máquina de lavar, mas a gente sempre arrumava e tudo
bem”, relatou a advogada.