EI usou empresas em Gales para enviar material militar à Espanha, diz jornal

O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) usou uma rede de empresas que operava desde um escritório em Cardiff (Gales, Reino Unido) para enviar material militar à Espanha e financiar atentados terroristas no Ocidente, segundo divulga neste domingo o jornal The Sunday Times. As informações são da Agência EFE.

Esse jornal assegura ter tido acesso a relatórios do FBI, que relaciona como essa organização jihadista supostamente enviou dispositivos tecnológicos, de estilo militar, à Espanha, que nesta semana foi alvo de dois ataques terroristas perpetrados na Catalunha, com saldo de pelo menos 14 mortos.

Segundo esta informação, os dispositivos tecnológicos enviados à Espanha pelo EI poderiam estar vinculados ao desenvolvimento, por parte do grupo terrorista, de drones equipados com armamento, capazes de identificar “alvos”.

O envio à Espanha foi feito durante o verão de 2015 e foi entregue em um endereço de Madri, assegura o jornal com base nos documentos judiciais dos Estados Unidos aos quais teve acesso.

Porém, não está claro quem recebeu o pedido e se o conteúdo enviado segue na Espanha ou foi levado a outro país, acrescenta o jornal.

O citado jornal indica que essa organização jihadista se serviu, também, de uma companhia para transferir milhares de libras em dinheiro a um extremista norte-americano estabelecido em Maryland (Estados Unidos), que mais tarde admitiria que sonhava em “cometer um massacre em uma igreja”.

Concretamente, a empresa Ibacstel Electronics foi usada por militantes do EI para mandar um total de US$ 7,7 mil em 2015 a um homem chamado Mohamed Elshinaway, de 32 anos, que se declarou na passada semana culpado das acusações relacionadas com terrorismo.

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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