Elefante-Marinho Ferido Resgatado: Espécie Rara na Costa de SP

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Elefante-marinho ferido é resgatado em raro avistamento no litoral de SP; VÍDEO

Animal foi resgatado com lesões significativas e segue em recuperação. Segundo a coordenadora de projetos do Instituto Gremar, Andrea Maranho, aparição do animal pode estar ligada às mudanças climáticas.

Conheça o elefante-marinho, espécie incomum resgatada no litoral paulista

Um elefante-marinho (Mirounga leonina) surpreendeu moradores ao aparecer ferido em um costão rochoso no Guarujá, no litoral de São Paulo. A espécie, originária de regiões subantárticas, raramente é vista nesse trecho do litoral brasileiro. De acordo com a coordenadora de projetos do Instituto Gremar, Andrea Maranho, o aparecimento incomum pode estar ligado a alterações climáticas e mudanças nas correntes oceânicas.

O resgate ocorreu no último dia 6, após moradores da comunidade de Santa Cruz dos Navegantes acionarem o Gremar ao encontrarem o animal debilitado. O mamífero, um jovem com cerca de 94 kg, tinha lesões significativas na lateral do corpo, próximas à nadadeira peitoral direita.

Durante o atendimento, os técnicos também identificaram crustáceos do gênero Lepas aderidos ao corpo do animal — sinal de que ele estava sem energia e à deriva havia algum tempo.

Segundo a equipe veterinária do instituto, o elefante-marinho passou por exames clínicos e, inicialmente, foi alimentado apenas com líquidos. Atualmente, apresenta bom apetite, já se alimenta normalmente e permanece em um recinto externo com acesso a um tanque com água.

Os exames laboratoriais incluíram testes para influenza aviária, que resultaram negativos. O animal também apresentava um quadro de parasitose intensa, já tratado com vermífugos. Segundo o Gremar, ele está respondendo bem aos cuidados e apresenta melhora clínica visível.

Ao De, Andrea Maranho contou que o elefante-marinho pertence à família dos focídeos, como algumas espécies de focas, diferentemente dos lobos e leões-marinhos, mais comuns na região, que são classificados como otarídeos.

Além disso, os elefantes-marinhos não possuem pavilhão auricular (orelhas externas) nem bolsa escrotal — características que os tornam mais adaptados a longos mergulhos em águas profundas.

O aparecimento de um elefante-marinho no litoral paulista é considerado um evento incomum. “Tivemos uma fêmea no final do ano passado, mas esse é o menor indivíduo que já recebemos”, afirmou Andrea.

Para Andrea, ainda é cedo para conclusões definitivas, mas as mudanças no padrão de ocorrência desses animais podem estar ligadas às alterações climáticas e às mudanças nas correntes marinhas.

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