Eleições 2022: Entenda como é feita a totalização de votos no Brasil

Uma dúvida que vem ‘quebrando a cabeça’ do brasileiro é a forma como a totalização de votos nas eleições é realizada, principalmente agora com o período eleitoral e a teoria sobre a ‘sala secreta’. Porém, muito diferente do que vem sendo divulgado, o trabalho é realizado em dois espaços distintos: a Seção de Totalização e Divulgação dos Resultados e a sala-cofre, localizados na Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), em um prédio anexo à sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. 

Vinte funcionários trabalham na Seção de Totalização e Divulgação dos Resultados, que não é um local secreto. A equipe desenvolve o programa de totalização dos votos e fiscaliza o funcionamento dos softwares não só no dia da votação, mas também antes da eleição.

“Os sistemas que totalizam os votos são sistemas lacrados em cerimônia pública no dia da lacração das urnas. Esses sistemas uma vez lacrados eles não podem ser alterados. E se for alterado, é possível identificar uma alteração porque existem mecanismos de controle criptográfico para isso. Então as pessoas não têm poder nem para alterar o sistema, tampouco alterar o voto”, disse o chefe do setor de totalização e divulgação de resultados, Alberto Cavalcante, ao UOL.

Visitas

O espaço pode receber a visita de qualquer pessoa, desde que seja devidamente identificada na portaria no TSE. Já no dia da eleição, integrantes de partidos, membros do Ministério Público e de entidades fiscalizadoras podem acompanhar o funcionamento do sistema na totalização dos votos. O acesso segue as diretrizes de segurança do TSE. 

“O acesso à sala é restrito pelos protocolos de segurança do próprio tribunal. O pessoal precisa passar pela portaria, se identificar. No dia da eleição, a segurança do tribunal, como um todo, é reforçada —não especificamente essa sala— justamente para evitar o acesso de pessoas não autorizadas ou pelo menos que não sejam identificadas, e essa sala está neste perímetro de segurança do próprio tribunal”, disse Alberto.

Acesso restrito 

O outro espaço é a sala-cofre, que tem acesso restrito e segurança reforçada, onde há 90 computadores, conforme o TSE. É neste local que ficam armazenados computadores com dados sensíveis, como o cadastro nacional de eleitores, o registro e a prestação de contas dos candidatos, além de cópias dos programas informatizados usados nas urnas eletrônicas. 

Fortemente vigiada, somente três servidores têm acesso ao local. Eles, inclusive, precisam passar por cinco portas codificadas, que só se abrem quando a anterior estiver lacrada. Nas duas últimas, o acesso só ocorre após a leitura de digitais de dois destes funcionários de forma simultânea. Além disso, eles também precisam passar um crachá específico. 

No dia da eleição, ninguém fica nesta sala, apenas os servidores encarregados da manutenção das máquinas entram no local se necessário. Também é preciso utilizar uma chave que fica guardada em um segundo cofre, também com entrada restrita. 

Proteção

A sala-cofre é à prova de fogo, gases corrosivos, água, explosão, armas de fogo e até mesmo de pequenos terremotos. O espaço possui ainda certificados contra calor, umidade, fumaça, arrombamento, acesso indevido, sabotagem, impacto, pó e magnetismo. O local também é monitorado diariamente 24 horas por pelo menos três pessoas. Ou seja, é quase impossível penetrar-lá.

“O espaço tem sistema de ar-condicionado que mantém a temperatura em 18ºC e verifica constantemente a presença de fumaça. Em caso de incêndio, um gás extintor especial é expelido no ambiente, sem que haja qualquer dano aos computadores”, diz o TSE. 

Contagem pública e auditável dos votos

Ainda que haja a totalização dos votos esteja concentrada em dois espaços, sendo que um deles é de acesso restrito, isso não significa que a contagem de votos não seja pública ou auditável. Os dados da contagem de cada urna são divulgados por um boletim impresso em cada seção logo após o término da votação. 

O boletim também é entregue aos fiscais das agremiações partidárias. Além disso, há um processo de auditoria das urnas realizado desde o ano passado e que é acompanhado por entidades fiscalizadoras.

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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