As apreensões envolvendo crimes eleitorais chegaram a bagatela de R$ 3 milhões desde o início das campanhas políticas, sendo que 34 pessoas acabaram sendo presas pelo mesmo motivo. O balanço foi divulgado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e pelo secretário de Operações Integradas (Seopi) da pasta, Alfredo Souza Lima Coelho Carrijo, na manhã deste sábado, 1º.
Apenas nesta semana, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu aproximadamente R$ 1 milhão. Já a Polícia Federal (PF) flagrou e recolheu outros R$ 2 milhões desde 15 de agosto.
Presidente da Assembleia é preso
Nesta sexta-feira, 30, por exemplo, a PF encontrou cerca de R$ 145 mil em dinheiro vivo, dentro de uma mala que pertencia ao presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor (MDB). Depois de uma denúncia de compra de votos, o parlamentar e um assessor do político foram abordados pelos policiais, em um hotel em Maceió, na capital do estado.
“No momento da abordagem, foi apreendida com o grupo uma bolsa contendo cerca de R$ 145 mil, além de listas com nomes de pessoas e santinhos. Um dos assessores evadiu-se do local, levando uma mala consigo. Não houve prisão. No entanto, foi instaurado inquérito policial para apurar possível prática de crime de compra de votos”, informou a corporação em nota.
Operações
Durante a última semana de campanha, as forças de segurança comandadas pelo Ministério da Justiça apreenderam mais de R$ 396 mil em 20 operações, todas relacionadas a crimes eleitorais. Foram 14 casos na Região Norte, cinco casos no Nordeste e uma ocorrência no Centro-Oeste.
Com o início da Operação Eleições no dia 26 de setembro, 34 pessoas acabaram presas por suspeita de terem cometido crimes eleitorais. O monitoramento é feito pelo Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN), coordenado pela pasta.
Eleições
Torres e Carrijo destacaram que, neste momento, as operações do ministério e dos órgãos ligados à pasta visam oferecer apoio aos eleitores e à logística. “No domingo, teremos eleições seguras. Podem votar de forma segura”, afirmou o ministro.
A fala remete às preocupações com a violência política em meio à polarização entre os principais candidatos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
O ministro foi questionado sobre as preocupações quanto a possíveis animosidades e atos de violência, após o resultado do primeiro turno. “Não vejo alteração nenhuma para o final, independentemente do resultado”, minimizou Torres. “Lei continua sendo lei, crime continua sendo crime”, acrescentou.
Esta é a primeira vez que a pasta coordena uma operação para as eleições – neste caso, por meio do Seopi. Em números, serão mais de 500 mil agentes de segurança em ação no domingo (entre servidores da PF, PRF e PM) e 70 mil viaturas.