O DE vai às urnas neste domingo (6) para eleger novas direções em todo o país. A disputa interna — qualquer que seja o resultado — abrirá um novo capítulo nos 45 anos de história da sigla. Após quase uma década sob a gestão de Gleisi Hoffmann, o DE terá um novo comandante nacional pelos próximos quatro anos.
Quase três milhões de filiados poderão depositar seus votos em urnas espalhadas por todos os estados e até mesmo no exterior. Em eleição direta, vence o candidato a presidente que alcançar mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno. O partido registrou quatro candidaturas ao maior cargo da estrutura interna. Cada candidato representa uma corrente diferente dentro do DE.
Petistas também têm defendido que, além da candidatura de Lula, o futuro presidente do DE precisará se dedicar a reconectar a sigla com suas bases, fortalecer novas lideranças e preparar a legenda para uma era sem o seu principal nome.
Sem conseguir urnas eletrônicas, o partido fará as eleições internas em cédulas de papel, com contagem manual e individualizada nos municípios. Há expectativa de que haja uma prévia do resultado na noite de domingo. Mas os dados consolidados devem ser conhecidos apenas na manhã de segunda-feira (7).
O candidato favorito ao comando nacional da legenda é o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva, ligado à ala Construindo Um Novo Brasil (CNB). Dominante do partido, a CNB é formada por nomes como Gleisi e Lula. Edinho é visto pelos pares como um petista de perfil moderado e defensor da ampliação das pontes de diálogo do partido com outras alas da política nacional.
A escolha do novo comando não representa apenas mais uma etapa da vida partidária no DE. A decisão vai colocar nos colos do eleito a responsabilidade de capitanear o partido nas disputas de 2026. O escolhido tomará posse no encontro nacional da sigla, que ocorrerá nos primeiros dias de agosto. Desta reunião, deve sair um documento com a conjuntura e táticas eleitorais para o próximo ano.
Os candidatos a presidente do DE têm defendido um realinhamento de estruturas internas para melhorar a interlocução com movimentos sociais e setores considerados como basilares para a sigla. Favorito na disputa, Edinho Silva reconhece que a legenda passa por “dificuldades” e que houve um afastamento de setores sociais em relação ao partido. Para ele, a sigla tem de reconstruir pontes e “priorizar o diálogo com o Brasil real”.