Neste domingo (10) mais de 50 milhões de franceses poderão decidir o futuro do país, escolhendo qual dos 12 candidatos a presidência irão passar para o segundo turno das eleições.
Recentes pesquisas eleitorais indicam uma disputa apertada entre o atual presidente frances Emmanuel Macron, do partido A República Em Marcha, e Le Pen, do Reagrupamento Nacional. Além dos dois, outros 10 candidatos estão na disputa pelo Palácio do Eliseu e, apenas Jean-Luc Mélenchon, candidato do partido de extrema-esquerda França Insubmissa, representa alguma ameaça para Macron e Le Pen.
Os resultados do primeiro turno devem ser conhecidos ainda neste domingo, já o segundo tuno das eleições está marcado para o dia 24 de abril.
Emmanuel Macron tem sido bastante criticado pela sua demora em engajar-se na campanha política deste ano, e chegou a ser tachado de “arrogante” por parte do eleitorado. O atual presidente da França tem priorizado o conflito na Ucrânia, na tentativa de destacar no papel de líder da Europa.
Ao jornal Correio de Pernambuco, o cientista político do Instituto de Relações Internacionais e Estratégias (Iris), em Paris, Jean-Yves Camus acredita que Macron ganhará de Marine, no primeiro turno, mas adverte que a vantagem do atual presidente tem diminuído.
Ele afirmou que, o atual presidente atingiu o pico de favoritismo após o começo da guerra entra a Rússia e a Ucrânia, entretanto, começou a diminuir após sua rival dar início a sua campanha, abordando preocupações diárias dos franceses da classe média e dos trabalhadores.
O cientista também explica que, após o resultado oficial do primeiro turno for anunciado, o país irá assistir um grande apelo feito pelos candidatos eliminados para impedir uma eventual vitória de Le Pen no segundo turno. O que segundo Camus seria uma catástrofe para os republicanos.
“Apenas Zemmour deverá apoiar a candidata, pois ele pretende reconstruir a direita e ter uma aliança que abranja os partidos Les Republicains e Reagrupamento Nacional”, afirmou.
Saída da União Europeia
Analistas temem que, com uma eventual vitória de Le Pen no segundo turno, em 24 de abril, a França acompanhe o Reino Unido e tente se separar da União Europeia (UE), o que levaria ao colapso da integração.
Além disso existe o temor de que a extrema-direita no poder coloque em xeque o papel de liderança da Europa. Com a saída de Angela Merkel do poder e a ascensão de Olaf Scholz na chanceleria alemã, Macron tem procurado se firmar como a principal figura política europeia.