Elon Musk não comprou a CNN: fake news enganou Javier Milei e viralizou nas redes sociais

Nas últimas semanas, um boato de que Elon Musk teria comprado a CNN circulou pelas redes sociais, causando confusão e sendo amplamente compartilhado. A alegação teve origem em um site satírico chamado SpaceXMania, que publicou um artigo humorístico alegando que Musk estaria “de olho” na aquisição do canal para “consertar a mídia, uma rede de cada vez”. A publicação ganhou força em plataformas como o Threads, rede social da Meta, levando muitos a acreditarem na história.

O site de checagem de fatos PolitiFact rapidamente desmentiu o rumor, esclarecendo que o SpaceXMania é conhecido por seus artigos humorísticos que não têm base em fatos. Segundo o PolitiFact, não há qualquer evidência confiável ou declarações públicas de que Musk esteja interessado em adquirir a CNN. Além disso, nem Musk nem a CNN se manifestaram sobre o assunto, reforçando a ideia de que a história foi criada apenas para gerar cliques e engajamento online.

A falsa notícia ganhou ainda mais destaque quando o presidente da Argentina, Javier Milei, propagou a informação como se fosse verdadeira. Durante um discurso em 7 de novembro de 2024, Milei afirmou que, com a compra da CNN por Musk, as ações do recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seriam melhor noticiadas. “Você verá que as decisões tomadas por Trump serão melhor repercutidas porque hoje o Musk comprou aquele canal imundo que era a CNN”, disse Milei, segundo o site Infocielo.

A declaração de Milei gerou grande repercussão nas redes sociais da Argentina e em outros países, mas logo se revelou que ele havia se baseado no mesmo artigo satírico do SpaceXMania. O presidente argentino, que é aliado de Trump, afirmou que a compra da CNN pelo bilionário americano faria parte de uma nova era na cobertura midiática. No entanto, não existem registros na imprensa norte-americana sobre a suposta negociação, e a informação foi rapidamente desmentida.

A propagação desse boato ocorre em um momento de destaque para Musk, que recentemente se envolveu ativamente na campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Musk foi um dos principais doadores da campanha republicana e sugeriu a criação de uma comissão de eficiência governamental para revisar gastos públicos, proposta adotada por Trump para o seu novo governo. Contudo, a influência política de Musk tem levantado preocupações sobre possíveis conflitos de interesse, especialmente em setores como o espacial e o de telecomunicações, onde suas empresas, como a SpaceX, têm contratos significativos com o governo dos EUA. Por enquanto, a história da compra da CNN por Elon Musk permanece no campo da sátira.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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