Última atualização 05/02/2023 | 08:01
As estatísticas apontam que houve aumento de pessoas pardas internadas no Centro-Oeste, Norte e Nordeste, apesar de o registro de critérios como raça e cor nos atendimentos da rede pública de saúde tenha caído em 2021. Os dados apontados pela Fiocruz são relevantes para a elaboração de políticas públicas segmentadas. Por outro lado, 15,5% das hospitalizações sem esse detalhe revelado foram por doenças que poderiam ter as complicações evitadas com acompanhamento na atenção primária, de acordo com as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP).
“O percentual de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária tem sido utilizado por países e instituições para o monitoramento do desempenho da atenção ofertada, e identificamos diferentes métodos de cálculo adotados por secretarias de saúde e pelo Ministério da Saúde. Nesses boletins, exploramos os resultados do indicador disponibilizado pelo Proadess”, destaca a coordenadora adjunta Carolina Carvalho.
A tabela de condições sensíveis à Atenção Primária contém 19 grupos diagnósticos principais para os quais o cuidado adequado das pessoas realizado no nível da Atenção Primária poderia potencialmente prevenir a internação hospitalar. Na lista constam doenças preveníveis por imunização e condições sensíveis, problemas gastrointestinais, anemia, deficiências nutricionais, infecções de ouvido, de nariz e garganta, pneumonias bacterianas, asma, doenças pulmonares, hipertensão, angina, insuficiência cardíaca, doenças cerebrovasculares, diabetes mellitus, epilepsias, infecção no rim e trato urinário, infecção da pele e tecido subcutâneo, doença inflamatória órgãos pélvicos femininos; úlcera gastrointestinal e ainda doenças relacionadas ao pré-natal e parto.
Um balanço da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) aponta que a anemia falciforme, o diabetes mellitus tipo II, a hipertensão arterial e a deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase são mais frequentes entre as pessoas negras. A Organização das Nações Unidas (ONU), a população negra apresenta os piores indicadores de saúde se comparadas aos brancos. Além disso, 37,8% da população adulta e negra brasileira considera a própria saúde entre regular e muito ruim.