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Em 2022, fake news eleitorais questionam urnas e atacam Lula

Última atualização 29/09/2022 | 09:21

As fake news estão presentes no cotidiano do brasileiro. Porém, em ano de eleição, a desinformação costuma aumentar muito. De acordo com levantamento da Poynter Institute, quatro em cada 10 pessoas recebem notícias falsas diariamente no país. Em relação ao pleito deste ano, as informações enganosas se concentram em questionar o processo eleitoral, com foco nas urnas, e atacar o candidato à presidência Lula (PT).

Fake news nas eleições 2022

Nas Eleições 2018, as fake news possuíam um objetivo claro. Naquele ano, a estratégia da direita, maior disseminadora de notícias falsas, era aumentar a polarização crescente no Brasil a fim de apresentar o então candidato Bolsonaro (PL) como uma mudança de ares.

Segundo a agência checadora de notícias Aos Fatos, alguns dos conteúdos desinformativos mais virais no Facebook, há quatro anos, eram de ataques ao PT. Entre as fake news, destacavam-se o “kit gay”, que seria utilizado por Fernando Haddad para “doutrinar” crianças; áudio falso de Padre Marcelo Rossi, apoiando Bolsonaro; a “mamadeira de piroca”; e urnas eletrônicas que autocompletavam a favor do PT.

O questionamento às urnas eletrônicas aumentou nas Eleições 2022. Uma das fake news de maior disseminação foi de que o título de eleitor teria um QR code que transferiria os votos a Lula. Além disso, há um vídeo com atribuição à Ursal afirmando que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deixa erros propositais nas urnas para que haja a substituição de votos bolsonaristas.

Seguindo em frente, uma outra fake news diz que Bolsonaro passará de 100 milhões de votos, na opinião de cientistas políticos. Para se ter uma ideia, no primeiro turno de 2018, quando a aprovação de Bolsonaro era maior, ele obteve pouco mais de 49 milhões de votos. No segundo turno, foram 57 milhões de votos.

Acusações ao Grupo Globo também são comuns neste ano. Um rumor expõe que a empresa enviaria recursos para os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, houve uma montagem em que William Bonner, durante o Jornal Nacional, anunciava uma falsa pesquisa Ipec com Bolsonaro à frente.

Sobre o Ipec, inclusive, o youtuber Gustavo Gayer declarou que o instituto fica no mesmo endereço do Instituto Lula. Mais uma fake news.

Panorama da desinformação

Segundo a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a maioria das fake news circulava em formato de imagem (59,7%) nas Eleições 2018. Naquele ano, 19,6% do total era por vídeo, 12,5% em texto e 8,2% em áudio. Nas Eleições 2022, o panorama mudou. Agora, a maioria é por vídeo (37,3%). Textos consistem em 32,9% do total, seguidos por imagem (22,6%) e áudio (7,2%).

Uma pesquisa do Ipec, cuja divulgação aconteceu no dia 6 de setembro deste ano, indica que 85% dos brasileiros acreditam que fake news podem influenciar no resultado das Eleições. Dentro desse número, apenas 12% creem que não influencia, enquanto 3% não souberam ou quiseram responder.