Em 2022, violência contra o idoso aumenta 11,3% em Goiás

idoso abandonado

Neste ano, em Goiás, entre os meses de janeiro e agosto, o número de casos de violência contra o idoso aumentou em comparação ao mesmo período do ano passado. Os índices de homicídio e lesão corporal cresceram, enquanto a quantidade de maus-tratos e latrocínios diminuíram. De acordo com a delegada Alyne Barça, os números têm relação direta com a pandemia da Covid-19.

Violência contra o idoso em Goiás

Segundo os dados da Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO), de janeiro a agosto de 2021 foram 29 homicídios contra idosos. Além disso, registrou-se 585 casos de lesão corporal, 51 de maus-tratos e 13 latrocínios (roubo seguido de morte).

No mesmo período de 2022, foram 31 homicídios, 673 lesões corporais, 45 maus-tratos e 6 latrocínios. Somando todos os casos, nos oito primeiros meses do ano passado foram 678, e neste ano, 755. Isso configura um aumento de 11,35%.

Alyne Barça detalha que o perfil dos agressores é de pessoas que se aproveitam de seres humanos em situação de vulnerabilidade, seja por “falta de caráter” ou algum tipo de dependência financeira. Geralmente, a violência contra o idoso é cometida por familiares que em diversos casos não trabalham e vivem em função dos rendimentos das vítimas.

“Os principais agressores são aqueles que teriam o dever de cuidar do idoso. O filho, o sobrinho, o neto, o próprio cuidador. Geralmente, quem exerce o zelo e o cuidado para com o idoso é quem pratica o crime contra ele”, detalha a delegada ao Diário do Estado (DE).

O aumento na pandemia

Alyne Barça explica que os maus-tratos podem ser físicos e psicológicos, como xingamentos, chantagem e intimidação. Ainda, o abandono é um fator bastante presente, quando se deixa de prestar cuidados como lazer, saúde e alimentação, além do abandono propriamente dito em abrigos e hospitais. Todos esses fatores, segundo a delegada, aumentaram durante o período pandêmico.

“Com a pandemia e o desemprego ocasionado por ela, agora que as coisas estão voltando ao normal, os familiares dos idosos permaneceram muito mais tempo em casa. À medida que aumenta esse nicho de pessoas, quem pratica violência em desfavor deles aumenta na mesma proporção”, explica Alyne Barça.

Por fim, a delegada pede para que as pessoas não se calem em crimes contra o idoso. Para denunciar, há o número 197 da PC-GO, o disque 100 e um canal direto na delegacia do idoso: (62) 3201-1501. Todo o anonimato é preservado, se assim o denunciante escolher.

Maus-tratos a idosos 

O art. 99 do Estatuto do Idosos estabelece maus-tratos a idosos como um crime que pode levar a pena de detenção de dois meses a um ano, e multa. Pode ser configurado como crime quando o idoso é exposto a perigo a integridade física e a saúde física ou psíquica, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando de alimentos e cuidados indispensáveis.

Um desses casos aconteceu em Trindade, em fevereiro deste ano. Naquela ocasião, o filho de um idoso de 80 anos o deixou trancado em casa para poder viajar no Carnaval. Agentes policiais precisaram ir até o local para resgatar o homem.

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Pesquisa aponta que 49% dos brasileiros acreditam em melhorias no país em 2025

Um levantamento realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelou que 49% dos brasileiros acreditam que o país terá melhorias em 2025. O índice permanece estável em relação à pesquisa de outubro, mas registra uma queda de 10 pontos percentuais comparado a dezembro de 2023, quando o otimismo atingiu 59%.

A percepção de piora aumentou entre os entrevistados: 28% acreditam que o Brasil irá piorar em 2025, uma alta de cinco pontos em relação a outubro (23%) e de 11 pontos frente a dezembro do ano anterior (17%).

O levantamento, divulgado nesta quinta-feira, 26, foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entre os dias 5 e 9 de dezembro, com 2 mil participantes de todas as regiões do país.

Sobre o desempenho do Brasil em 2024, 66% dos entrevistados afirmaram que o país melhorou (40%) ou permaneceu igual (26%) em comparação a 2023. No entanto, essa soma representa uma queda de 13 pontos em relação a dezembro de 2023, quando 79% acreditavam que o cenário havia melhorado (49%) ou permanecido estável (30%).

A percepção de piora em 2024 alcançou 32% em dezembro, marcando um aumento significativo em relação aos 20% registrados no mesmo período do ano anterior.

Para Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, os resultados refletem um equilíbrio entre otimismo e cautela. “O ano teve aspectos positivos, como o aumento do emprego, mas foi marcado por fatores adversos, como seca, queimadas e notícias sobre alta da Selic, juros e inflação”, explicou Lavareda.

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