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Em 2023, diagnóstico de câncer deve aumentar em Goiás

Última atualização 03/02/2023 | 22:11

Em 2023, o diagnóstico de câncer deve aumentar em Goiás. A doença deve alcançar 25 mil goianos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). No mundo, a estimativa é de  28,4 milhões de pessoas com as chamadas neoplasias até 2040. O número a torna a mais comum entre a população. Os tumores malignos na mama, nas mulheres, e o de próstata, nos homens, continuarão ocupando o topo do ranking das estatísticas. Fatores externos chegam a 90% dos casos.

 

A doença tem causas multifatoriais, mas o aumento de habitantes no estado, melhoria do acesso aos cuidados com a saúde e evolução do diagnóstico ajudaram a impulsionar a projeção de casos futuros. Segundo a oncologista Edna Sousa, do Cebrom Oncoclínicas, o aparecimento do câncer está bastante associado ao sedentarismo, à obesidade, ao consumo de alguns tipos de alimentos, como ultraprocessados, os distúrbios de sono e consumo de álcool e tabaco.

 

“Temos vivido mais tempo e, com esse envelhecimento, vamos acumulando os danos no corpo, nas células e no material genético, o que favorece a ocorrência de vários problemas crônicos, inclusive o câncer. Já conseguimos evoluir no entendimento de como as células cancerígenas agem em cada organismo. Contudo, a prevenção primária ainda é para poucos tipos de cânceres. O de colo de útero é um dos exemplos clássicos, pois temos as vacinas contra HPV. Entretanto, as lesões de pulmão, bexiga e esôfago, teriam apenas prevenção secundária, que seria evitar fatores de risco, como o tabagismo, e realizar exames frequentes para um diagnóstico precoce”, pontua a especialista.

 

O câncer de mama pode ser prevenido com consultas regulares ao ginecologista ou mastologista a partir dos 40 anos de idade. Independentemente de visitas ao médico, o tradicional autoexame pode ser primordial para evitar o avanço da doença. A costureira  Andréia Brunetta soube da importância do toque preventivo após ser diagnosticada com a doença. Ela descobriu a enfermidade em fevereiro do ano passado, aos 36 anos de idade. Impactada, a primeira dúvida exposta ao especialista foi “por quê?”.

Andréia Brunetta, paciente em tratamento contra o câncer (Foto: Arquivo pessoal)

“Eu não tenho casos na família. Na primeira consulta, eu perguntei ao médico o porquê de eu ter desenvolvido a doença. Ele me disse que pouquíssimos casos são hereditários. O meu caso foi outro. O tratamento não foi fácil, mas Deus sempre esteve comigo e está até hoje. Não moro em Goiânia, mas no interior do Mato Grosso. Isso dificulta ainda mais o processo. Precisava viajar para Goiás uma vez a cada 15 dias para passar pela quimioterapia, depois passei pela cirurgia e fiz as radioterapias. Eu tinha que deixar meus filhos em casa para me tratar em outra cidade”, observa.

 

De acordo com Edna, os tratamentos estão mais inovadores, com condutas direcionadas para as especificidades de cada caso.  “A ciência médica tem evoluído bastante. Hoje temos cirurgias menos invasivas, que preservam a parte estética do paciente, sem perder o padrão de cura. Isso sem contar as terapias alternativas, como a imunoterapia, que vem revolucionando a oncologia com resultados satisfatórios para câncer de pulmão, mama, tumores de cabeça e pescoço, entre outros”, destaca a oncologista.

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