O mês de fevereiro ganhou um novo personagem no cálculo da inflação. As despesas com educação, comuns ao início do ano, fizeram dessa área a vilã. Os reajustes com custos nesse setor fizeram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA 15) chegar a 0,76%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O marcador é avaliado mensalmente e registrou 0,55% em janeiro. A alta deve ser ainda maior em março, caso se confirme a retomada da cobrança de impostos federais sobre os combustíveis.
A alta já era esperada por economistas justamente porque o item é sazonal e costuma sofrer elevação para recomposição dos custos ao longo do ano anterior, a exemplo de investimentos em material pedagógico, contratação de equipes e reformas. O maior peso veio dos chamados cursos regulares, tendo o ensino médio, fundamental e pré-escola ficado mais caros 7,64%. Os demais níveis de educação (creche, ensino superior, técnico e pós-graduação) também pesaram no bolso.
O marcador avalia nove grupos para compor a porcentagem e somente um teve queda, apesar de tímida. O vestuário ficou 0,05% mais barato ao consumidor, enquanto os demais sofreram aumento progressivo. A educação puxou a alta, seguida de comunicação (0,78%), artigos de residência (0,71%), despesas pessoais (0,63%), habitação (0,63%), saúde e cuidados pessoais (0,55%), alimentação e bebidas (0,39%) e transportes (0,08%)
No caso dos alimentos, a redução do preço da cebola, tomate, frango e carne contribuíram para a pouca alta. Por outro lado, encareceram cenoura, hortaliças e verduras, leite longa vida, arroz e frutas. A surpresa ficou por conta das passagens aéreas, que caíram em meio ao período de férias. Os combustíveis entram na fórmula como itens em queda, com etanol em menos 1,65%, gás veicular com 1,59%), óleo diesel com 0,59% a mais barato e gasolina registrou baixa de 0,04%.
O IPCA-15, considerado uma prévia da inflação, mede a inflação de um conjunto de 465 produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias com rendimento entre 1 e 40 salários mínimos, independentemente da fonte de rendimentos. O indicador abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, em Brasília e em Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerada a inflação oficial do país.