Em áudios, caminhoneiros bolsonaristas alertam para desabastecimento; ouça

Em áudios, caminhoneiros bolsonaristas alertam para desabastecimento; ouça

Uma sequência de áudios de caminhoneiros bolsonaristas em um grupo de WhatsApp mostra integrantes afirmando que haverá desabastecimento de alimentos para a população. Nas conversas, eles sugerem que as pessoas estoquem comida. Eles acreditam que a estratégia pode pressionar o Exército a realizar uma intervenção militar. Os diálogos foram gravados na noite desta quinta-feira, 17. Atos bloqueiam as rodovias BR’s 040, 050 e 060 em Goiás e em outros cinco estados nesta sexta-feira, 18. 

“Se não sair logo o resultado dessa intervenção aí, se for dar mesmo dê logo, porque agora vai feder o trem, viu? Olha aí o que o homem fez revoltou todos os motoristas agora. Agora vão trancar mesmo e podem queimar os caminhões todos em cima da BR. Vão trancar tudo, agora vai parar o mundo. Pode encher a geladeira, viu?”, diz um integrante.

O retorno dos bloqueios nas pistas seria uma reação da categoria contra uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que bloqueou 43 contas de pessoas físicas e jurídicas no último fim de semana. Elas seriam de pessoas que envolvidas nos protestos antidemocráticos realizados em todo o País desde 30 de outubro, quando saiu o resultados das eleições presidenciais em segundo turno que confirmaram o nome de Lula (PT) para ocupar o Palácio do Planalto.

Embora estejam associados a caminhoneiros, o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas (Sinditac), Vantuir José Rodrigues, nega que a categoria esteja envolvida nas manifestações inconstitucionais. Ele afirma que as aglomerações nas rodovias questionando as urnas e pedindo intervenção militar, na verdade, atrapalham o trabalho dos motoristas. A situação teria ligação com o agronegócio, na avaliação do sindicalista.

“O agronegócio que dominar o País e colocar o caminhoneiro como bode expiatório. Querem continuar mamando no bolso do governo. pode observar: os que estavam em Brasília tinham caminhões novos cedidos pelo governo para garantir eleição. Aqui em Goiás ainda está pacífico, mas em São Paulo vai dar atrito. A baixada santista está ‘puxando’ carne, mas os caminhoneiros de Santos falaram que não vão aderir e vão passar por cima de quem interferir”, detalha.

De acordo com o Ministério Público Federal, sete financiadores do movimentos concentram-se em São Miguel do Araguaia e em Goianésia. Os nomes incluídos no rol da instituição são Tales Cardoso Machado (dono de uma panificadora), Pedro Sanches Roja Neto (empresário), Leonardo Rodrigues de Jesus Soares (ex-vereador de São Miguel do Araguaia), Sandro Lopes (corretor e candidato derrotado a prefeito de São Miguel do Araguaia),  Hernani José Alves,  (ruralista ), Jamil El Hosni (empresário) e Rafael Luiz Ottoni Peixoto (dono uma transportadora de carga).

Escute os áudios:

 

 

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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