Em cinco dias, bombeiros registram mais de 200 incêndios; maior parte causados pela população

Goiás enfrenta um grande período de seca, altas temperaturas e baixa umidade. Devido ao mau tempo, os números de incêndio têm crescido e se tornado agravante. Apenas nesta segunda-feira, 5, segundo o Corpo de Bombeiros, foram mais de 31 ocorrências, a maior parte delas, como consequência da ação humana. No acumulado do mês, foram mais de 200 incêndios.

Um dos registros feito pela corporação foi em uma área de vegetação rodeada de casas e prédios às margens da BR-150, em Goiânia. O incêndio começou após moradores terem colocado foco em pneus abandonados ao lado do Centro Cultural Oscar Niemeyer. A estimativa é que tenha sido consumido pelo fogo 75% da vegetação, ou seja, 10 hectares.

De acordo com a tenente do Corpo de Bombeiros, Vanessa Furquim, a maioria dos chamados atendidos desde o início de setembro foram consequência da ação humana.

”Atendemos, principalmente dentro da cidade, uma grande quantidade de incêndios em lotes baldios e terrenos, onde as pessoas ao invés de querer fazer a limpeza optam por colocar fogo”, diz a tenente.

Número de incêndios

Os incêndios podem ser influenciados pela alta temperatura e se agravar, atingindo casas e perturbando a população. Vale ressaltar, que a capital está a 150 dias sem chuvas, a umidade relativa do ar na casa dos 10%, segundo Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo).

Apenas no início deste mês foram registrados 201 casos de queimadas. Ao longo de todo o mês de agosto foram 2,2 mil ocorrências, acumulando um total de 7,2 mil incêndios neste ano.

Prejuízos causados por incêndios

A lista de prejuízos pode ser longa, chegando a causar  danos à rede elétrica, provocando curto-circuitos, levando ao desarme do sistema elétrico ou até mesmo danos estruturais.

Além disso, as fumaças, carregadas de fuligem, podem causar danos à saúde como danos respiratórios para quem mora ou precisa ficar por muito tempo nos locais. Por causa das queimadas a situação é delicada, quando se diz respeito ao bom funcionamento do sistema respiratório, que precisa de uma umidade relativa do ar entre 60% e 80%.

Em entrevista ao Diário do Estado, a médica pneumologista Fernanda Miranda explicou que as fumaças são tóxicas para o corpo humano. Ainda de acordo com ela, neste período “é preciso um cuidado redobrado.”

Esse agravo na saúde pode ser, no entanto, prevenido com cuidados simples como: uso de umidificador de ar, toalhas molhadas, uso de soro nasal e nebulização com soro. Não realizar atividades físicas ao ar livre entre às 10 e 16 horas.

Cuidados no momento do incêndio

Diante dos riscos de incêndio, a tenente ressalta ainda que, em caso de focos de incêndio, o melhor a se fazer é não se desesperar e telefonar ao Corpo de Bombeiros, que atende pelo número 193. Os militares irão comparecer ao local para combater o fogo, então é recomendado que a população se afaste do local.

”Muitas vezes as pessoas acabam se desesperando e querem dar uma resposta, mas não sabem como controlar. Então, é melhor acionarem os bombeiros, evitando ao máximo se aproximar do incêndio e caso tenha residências próximas, sair do local para que não haja mais prejuízos.”, afirma a tenente.

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Meteorologia prevê chuvas volumosas para boa parte do país

O fim de semana terá condições favoráveis a chuvas volumosas nas regiões Norte, Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste do Brasil. Segundo boletim divulgado hoje (22), em Brasília, pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), um alerta de chuvas intensas foi emitido para a região que vai do Amazonas, passando por Rondônia, Mato Grosso, norte do Mato Grosso do Sul, sul do Tocantins, Goiás, Pará, Minas Gerais e sul da Bahia.  

Para essas áreas o alerta é de chuva com volume entre 30 e 60 milímetros por hora (mm/h) ou 50 e 100 mm/dia, com ventos intensos entre 60-100 km/h. Há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.

Além disso, também estão previstas chuvas com volume entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia e ventos intensos que podem chegar até a 60 km/h.  

As pancadas podem ocorrer no Acre e Amazonas; sul do Pará, Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. Chuvas com o mesmo volume são esperadas para o Mato Grosso do Sul, norte de São Paulo, sul de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Risco reduzido

Há baixo risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas.

A Meteorologia também alerta para a ocorrência de acumulado de chuvas no litoral sul paulista, em todo o litoral paranaense e no litoral norte de Santa Catarina. Nessas regiões estão previstas chuvas entre 20 a 30 mm/h ou até 50 mm/dia. Há baixo risco de alagamentos e pequenos deslizamentos em cidades com essas áreas de risco. 

Para a região que abrange a faixa leste da Bahia, incluindo o Recôncavo Baiano, até Sergipe, o Inmet informou sobre a tendência de que uma zona de Convergência do Atlântico Sul se configure a partir de sábado, 23, podendo persistir até terça-feira (26), o que poderá ocasionar volumes expressivos de chuva.

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