Em clima de lockdown e greve dos caminhoneiros, Bolsonaro convoca pronunciamento na TV e depois cancela

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, convocou as emissoras de rádio e de TV para um pronunciamento que deveria ser feito na noite desta terça-feira, 02, em rede nacional, e estava marcado para as 20h30. Minutos depois, no entanto, o líder cancelou o discurso.

Embora o Palácio do Planalto não tenha divulgado o assunto de que o presidente iria tratar, a iniciativa de Bolsonaro acontece durante agravamento das tensões pela greve dos caminhoneiros, após mais um aumento do diesel nas refinarias da Petrobrás, que deve entrar em vigor a partir de hoje (02).

Na noite de segunda-feira, 01, depois de anunciada a medida, Bolsonaro criticou o reajuste. “Precisamos buscar maneiras de ter mais refinarias no Brasil. Sei que demora, mas temos que começar“, projetou aos eleitores. Entre as medidas mais recentes, o presidente zerou temporariamente o imposto federal sobre o diesel e anunciou a troca da diretoria da Petrobrás, que só deve se concretizar no dia 20 de março.

O pedido de pronunciamento em cadeia nacional também está dentro do contexto do aumento do número de decretos de lockdown por todo o país. Em discurso no Ceará, na semana passada, Bolsonaro também condenou o que chama de “fecha tudo” e disparou: “governador que fechar o seu estado deve bancar o auxílio emergencial”.

Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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