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Em coletiva, Marconi mostra contradições dos depoimentos de delatores da Odebrecht

Última atualização 17/05/2017 | 08:36

Em entrevista coletiva no final da manhã desta terça-feira (16), o governador Marconi Perillo (PSDB) esclareceu os pontos de acusação feitos pelos executivos da Odebrecht em delações realizadas na Justiça Federal. O tucano usou os próprios vídeos das delações para contrapor os pontos relatados pelos delatores.

Marconi reforçou que há uma série de inconsistências nas citações. “Isso já mostra as fragilidades das acusações. Mas quero esclarecer tudo”. E completou: “São inconsistências tão graves que mostrou lacunas inexplicáveis nas delações, especialmente em relação à Goiás”, afirmou.

“No caso específico do Grupo Odebrecht, em 2010, eles contribuíram com nossa campanha, com um valor de R$ 300 mil, em doações legais, declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral. Depois, na eleição seguinte, em 2014, procuramos a construtora novamente em busca de contribuição para a campanha. As doações do Grupo somaram R$ 2 milhões e 200 mil. Também doações legais, dentro do que permitiam a legislação à época, declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”, continuaram explicando o governador.

Outro ponto que ele esclareceu foi sobre a possibilidade de ter pedido R$ 50 milhões de reais para a campanha de 2014, como foi relatado por delatores. “É um fato absolutamente falso, que não encontra qualquer fundamento na lógica ou na verdade. Eu nunca tratei de valores específicos de doações de campanha com ninguém, com nenhum proprietário ou executivo de qualquer empresa. E os depoimentos confirmam isso”.

O governador confirmou que encontrou com executivos da empreiteira, mas que em nenhuma das ocasiões tratou de valores de doação com nenhuma empresa ou pessoa que pudesse contribuir com suas campanhas. “Tanto no nosso governo no período de 2011 a 2014, quanto no atual governo, não houve um gesto de favorecimento a qualquer empresa”.

“Não houve qualquer delito cometido por nós em relação à Odebrecht ou a qualquer empresa. Os próprios executivos foram claros em dizer que nada houve de favorecimento do governo de Goiás, como mostram os vídeos das delações”, disse Marconi.

Ele ainda citou que todas essas divergências percebidas nos depoimentos de ex-executivos da Odebrecht, por si só já demonstram a fragilidade das acusações. “Mesmo assim, como já disse, faço questão de responder a todos os questionamentos, ponto por ponto, para que não pairem dúvidas sobre a legalidade dos atos praticados por nós, seja nas campanhas eleitorais, seja no exercício do governo”.

Veja outros pontos da entrevista coletiva

Providências– As doações que aconteceram em 2010 e 2014 foram doações legais, registradas aprovadas pela Justiça Eleitoral. As medidas que vão ser tomadas serão definidas em conjunto por e pela minha defesa e vão ser encaminhadas quando necessários ao Superior Tribunal de Justiça. Vamos responder quando formos citados e vamos fazer todos os esclarecimentos.

Encontro- Estive com ele e com vários outros. Quando a campanha de 2014 se aproximou eu procurei vários executivos de porte nacional e local para pedir colaboração e avaliasse a possibilidade de nos ajudar até porque a Odebretch já tinha aqui vários negócios. Eles próprios disseram na delação como foram concorridas as licitações.

R$ 50 milhões – Isso não tem o menor cabimento, conversa sem pé nem cabeça e não tem nem como falar de um assunto que não foi tratado.


Delação –
Eu acho que tem muita coisa errada nessa superexposição que existe hoje por parte de setores do Judiciário, do Ministério Público, e da própria imprensa. Acho que querem nivelar por baixo toda a classe política e não sei quem substituiria pessoas experientes na política em um momento tão grave que passa o Brasil. Eu lamento e dúvido que algum procurador de justiça desses daria conta de vir para o executivo e fazer os governos avançarem.

Pedidos de doação – A gente pede e dão se quiserem. Algum deles tem negócios aqui e outros acham que a gente tem capacidade de gestão, que podemos ter influência no sentido nacional. Todos eles sabiam que há muito tempo eu tenho influência em temas nacionais e outros assuntos de interesse nacional. Acho que ajudam porque querem que eu continue sendo protagonista de um debate correto e honesto em relação a temas e conceitos que precisam ser discutidos.

Provas- Eu acho que vai ser difícil eles aproveitarem provas contundentes porque se tivessem teriam entregado no ato das delações.

Citação – Vejo com perplexidade como qualquer pessoa que é acusada por algo que não fez. Estou absolutamente tranquilo. Não posso brigar com alguém que pra salvar a própria pele da cadeia começa a falar que houve caixa 02 aqui e ali. É impressionante o valor que as pessoas tão dando hoje para os delatores, parecem que eles são santos e a classe político são demônios. Jogar a culpa nas costas de pessoas que nada tiveram é uma irresponsabilidade e até um crime.

Operação Lava Jato – É claro que ela é extremamente relevante para o país como um todo, ela está passando o país a limpo. Existem injustiças, mas existem muitas coisas que realmente aconteceu. Não a ninguém no Brasil que não ache a operação Lava Jato uma operação necessária para todo o país.

*Com informações do Gabinete de Imprensa do Governador