Última atualização 17/08/2023 | 15:11
O senador Sergio Moro é acusado de ser um “criminoso contumaz” pelo hacker Walter Delgatti Neto, durante o depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Golpistas, nesta quinta-feira, 17, no Congresso Nacional. O hacker passou a ser conhecido pela “Vaza Jato”, em 2019, época em que conversas relacionadas a Moro, integrantes da Operação Lava Jato e outras autoridades foram vazadas.
Delgatti está preso desde o dia 2 de agosto sob acusação de ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Convocado a depor na CPI dos Atos Golpistas, que investiga as ações do dia 8 de janeiro, Delgatti e Moro se desentenderam após o senador citar a condenação do hacker por estelionato, em relação aos golpes cometidos em São Paulo.
Na ocasião, Moro questionou quantas vítimas Delgatti teria prejudicado. Em resposta, o hacker afirmou que foi vítima de perseguição em Araraquara, São Paulo, “equiparada à perseguição que vossa excelência fez com o presidente Lula e integrantes do PT”.
No que se refere as conversas vazadas na Lava Jato, ele afirmou ter lido mensagens privadas do ex-juiz e que pode dizer que Moro é “um criminoso contumaz” que “cometeu diversas irregularidades e crimes”. Então, o senador solicitou interferência de Cid Gomes (PDT-CE), vice-presidente da CPI, uma vez que o hacker não poderia caluniar um parlamentar da Comissão.
Moro chamou o hacker de bandido e o comparou com o atual presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Bandido aqui, desculpe senhor Walter, que foi preso é o senhor. O senhor foi condenado. O senhor é inocente como o presidente Lula, então?”, disse.
Em resposta, o hacker afirmou que Moro não foi preso “porque recorreu à prerrogativa de foro por função”.
Invasão
Momentos depois do fim do embate, uma nova discussão se iniciou. Desta vez, Moro afirmou que os aplicativos de mensagens de pelo menos 170 pessoas haviam sido invadidos por Delgatti. O argumento não foi rebatido pelo hacker, que inclusive confirmou a informação dizendo que o número era ainda maior.
O hacker mencionou que teve acesso a conversas de Moro com Dallagnol. Segundo ele, as mensagens foram chanceladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sendo utilizadas “até hoje para anular condenações de pessoas inocentes”.