Em dois anos, casos de Miopia no Brasil devem aumentar 84,8%

Miopia cresce entre brasileiros e pode piorar com o 'excesso da visão de perto'

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente cerca de 59 milhões de pessoas vivem com miopia no Brasil. Em estudo, o órgão apontou que está crescendo o número de casos de alta miopia, ou seja, de pacientes que precisam usar acima de seis graus. Até 2040, a quantidade deve aumentar 84,8%. O oftalmologista Ícaro Calafiori explica mais sobre o fenômeno.

O índice crescente de miopia no Brasil

Segundo o diretor clínico da Fundação Banco de Olhos de Goiás, mestre pela Universidade Federal de São Paulo e membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a miopia pode aparecer por diferentes motivos. “É uma doença multifatorial. Vários fatores podem levar ao surgimento da miopia, desde alterações genéticas a estilo de vida”, explica Ícaro Calafiori.

O diagnóstico da miopia é fácil: basta se consultar com um oftalmologista. Os sintomas variam bastante, como dificuldade para dirigir e de ver à longa distância. Crianças com a doença, inclusive, podem ter dificuldade de aprendizagem. Em muitas ocasiões, afirma Ícaro, a criança pode não ter um déficit de atenção, mas sim um problema de visão.

Isso porque a criança desenvolve a visão até os sete anos de idade. Se não houver um diagnóstico precoce nessa época, isso pode atrapalhar o processo e culminar em algo irreversível. Para piorar, a quantidade de telas de celulares, computadores e afins surgem como grandes vilões, principalmente quando não se percebe por quanto tempo está na atividade em questão.

“As atividades do dia a dia podem levar à piora dessa miopia, como o excesso da visão de perto. É muito comum em crianças que mexem muito no celular, concurseiros que precisam ler muito. Esse excesso de visão de perto por horas ininterruptas pode fazer mal. É importante intercalar a visão de perto e de longe”, afirma o médico.

O estudo da OMS aponta que, em um espaço de menos de 20 anos, a miopia deve passar de 6,6 milhões para 12,2 milhões de pessoas diagnosticadas no Brasil. Com isso, urge a necessidade de se ter mais atenção em relação a essa doença.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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