Em estreia na TV, Lula critica fome e Bolsonaro elogia o próprio governo

Lula e Bolsonaro são os donos dos maiores tempos de televisão nas Eleições 2022

Neste sábado, 27, os candidatos à presidência da República iniciaram suas campanhas no horário eleitoral gratuito. No rádio, os principais presidenciáveis, Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), apostaram na economia. Na televisão, a estratégia do ex-presidente foi criticar a fome e as medidas do governo adversário. Por outro lado, o atual presidente voltou a traçar elogios à atuação de seu mandato no combate à pandemia da Covid-19.

Lula x Bolsonaro na TV

Dono do maior tempo de TV nas Eleições deste ano, devido ao tamanho de sua coligação, Lula dedicou o primeiro minuto de sua propaganda a fazer comparações.

Sobre o governo Bolsonaro, ele utilizou termos como “o que debocha”, “o que mata, mata e desmata” e “o do ódio”. Acerca da própria campanha, Lula usou contrapontos como “o que ampara”, “o que cuida, protege e salva” e “o do amor”. O grande foco de sua inserção foi criticar a fome no País.

Bolsonaro, por sua vez, evitou falar sobre a crise econômica no Brasil. Em vez disso, valorizou a própria atuação na aplicação do Auxílio Brasil, além de destacar a queda no preço dos combustíveis e aumento na geração de empregos. Além disso, também ressaltou a compra de 500 milhões de doses de vacina, a fim de combater o coronavírus.

Os outros candidatos, Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (UB) e Felipe D’Avila (Novo), criticaram tanto Lula quanto Bolsonaro e se apresentaram como uma “terceira via”.

Roberto Jefferson (PTB) tinha direito a uma inserção, mas não a executou. Isso porque, na próxima terça-feira, 30, o Supremo Tribunal Federal (STF) definirá se o candidato poderá de fato disputar a presidência da República. Pivô do mensalão, ele atualmente está em prisão domiciliar.

O primeiro bloco de horário eleitoral gratuito deste sábado na televisão aconteceu entre 13h e 13h25. O segundo bloco ocorre das 20h às 20h25.

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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