Última atualização 08/01/2023 | 13:17
A frustração com o fim de financiamento e o discurso pacifista dos ex-presidente e ex-vice-presidente Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão estimularam os apoiadores do antigo governo federal a desmontarem o acampamento montado em frente ao Exército, no setor Santa Genoveva em Goiânia. A reportagem do Diário do Estado não registrou movimentação no local uma semana após a posse de Lula, realizada no último domingo 1º. A mobilização foi desmantelada sem a necessidade de atuação de agentes públicos. Em uma live nesta sexta-feira, 30, ele disse que “o mundo não acaba no dia 1º de janeiro”.
Durante dois meses de instalação do acampamento, centenas de bolsonaristas se revezaram na ocupação da rotatória, da lateral do prédio do Exército, do canteiro central e de parte da calçada do aeroporto da capital, em frente ao local. Parte do grupo se reunia às margens da pista empunhados com a bandeira do Brasil e exibindo cartazes pedindo golpe militar, intervenção das Forças Armadas e aclamando Jair Bolsonaro para refutar o resultado das eleições presidenciais de 2022.
Tentativa fracassada
Trios elétricos, barracas, cadeiras e banheiros químicos faziam parte da paisagem. Em uma tenda, os eleitores de Bolsonaro ofereciam refeições e chegaram a fazer churrasco em diversas ocasiões. Os trabalhadores de empresas da região começaram a ir ao acampamento para almoçarem no intervalo do trabalho em meio à execução repetitiva do hino nacional. A intenção era chamar atenção dos militares, que se mantiveram em silêncio. Os olhares da população é que se voltavam para o movimento. Alguns motoristas e caminhoneiros costumavam passar pela região buzinando, em sinal de apoio aos golpistas.
A primeira dissidência entre os golpistas começou no início de novembro do ano passado, quando foi divulgado o relatório de fiscalização das eleições pelas Forças Armadas. O documento comprovou a inexistência de fraudes nas urnas. A esperança dos bolsonaristas era que a identificação de irregularidades justificasse a realização de novas eleições que poderiam dar a vitória para Bolsonaro. A estrutura foi mantida com recursos obtidos por meio de um site de doações. O link era divulgado em grupos de mensagens em que os participantes defendiam as manifestações. Os dados foram encaminhados pela Polícia Civil de Goiás para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
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