Em Goiânia, acampamento bolsonarista está completamente desmontado

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A frustração com o fim de financiamento e o discurso pacifista dos ex-presidente e ex-vice-presidente Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão estimularam os apoiadores do antigo governo federal a desmontarem o acampamento montado em frente ao Exército, no setor Santa Genoveva em Goiânia. A reportagem do Diário do Estado não registrou movimentação no local uma semana após a posse de Lula, realizada no último domingo 1º. A mobilização foi desmantelada sem a necessidade de atuação de agentes públicos. Em uma live nesta sexta-feira, 30, ele disse que “o mundo não acaba no dia 1º de janeiro”.

 

Durante dois meses de instalação do acampamento, centenas de bolsonaristas se revezaram na ocupação da rotatória, da lateral do prédio do Exército, do canteiro central e de parte da calçada do aeroporto da capital, em frente ao local. Parte do grupo se reunia às margens da pista empunhados com a bandeira do Brasil e exibindo cartazes pedindo golpe militar, intervenção das Forças Armadas e aclamando Jair Bolsonaro para refutar o resultado das eleições presidenciais de 2022.

Tentativa fracassada

Trios elétricos, barracas, cadeiras e banheiros químicos faziam parte da paisagem. Em uma tenda, os eleitores de Bolsonaro ofereciam refeições e chegaram a fazer churrasco em diversas ocasiões. Os trabalhadores de empresas da região começaram a ir ao acampamento para almoçarem no intervalo do trabalho em meio à execução repetitiva do hino nacional. A intenção era chamar atenção dos militares, que se mantiveram em silêncio. Os olhares da população é que se voltavam para o movimento. Alguns motoristas e caminhoneiros costumavam passar pela região buzinando, em sinal de apoio aos golpistas.

 

No início da instalação do acampamento, em novembro de 2022, a região ficou lotada de bolsonaristas. (Foto: Reprodução/Youtube)

 

 

A primeira dissidência entre os golpistas começou no início de novembro do ano passado, quando foi divulgado o relatório de fiscalização das eleições pelas Forças Armadas. O documento comprovou a inexistência de fraudes nas urnas. A esperança dos bolsonaristas era que a identificação de irregularidades justificasse a realização de novas eleições que poderiam dar a vitória para Bolsonaro. A estrutura foi mantida com recursos obtidos por meio de um site de doações. O link era divulgado em grupos de mensagens em que os participantes defendiam as manifestações. Os dados foram encaminhados pela Polícia Civil de Goiás para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. 

 

Assista ao vídeo:

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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