Última atualização 19/09/2022 | 18:06
Sobreviver tem sido um desafio diário para milhares de brasileiros. Em Goiânia, a luta de muitas pessoas tem sido se alimentar. O Auxílio-Brasil representa um alívio, mas não garante comida na mesa todos os dias. O valor de R$ 600 está abaixo do preço médio cobrado por uma cesta básica na capital goiana, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A instituição fez uma pesquisa nacional e revelou que são necessários R$ 660,83 para garantir um conjunto formado por produtos utilizados por uma família durante um mês. São dezenas de itens não perecíveis, sendo 13 considerados essenciais: manteiga, óleo, açúcar, banana, café, pão, tomate, batata, farinha, arroz, feijão, carne e leite.
O economista Luiz Carlos Ongaratto lembra que no mundo das finanças há a regra dos 50,30,20. Os números se referem às porcentagens a serem aplicadas nas despesas. Ele explica que a realidade não permite a destinação do dinheiro para os beneficiários do Auxílio-Brasil por se tratar de uma transferência de renda em um montante baixo.
“O ideal seria 50% voltado para moradia, alimentação e transporte, 30% para questões de estilo de vida, como academia,restaurante e lazer e 20% para poupar. O auxílio é emergencial, por isso, a recomendação é custar a alimentação e contas de energia e água, o básico mesmo. Criar despesas não é interessante, como comprar ou trocar celular, por exemplo”, orienta.
No Brasil são 710 mil famílias beneficiadas, conforme dados do Ministério da Cidadania referentes a setembro deste ano. O levantamento do Dieese avaliou a cesta básica em 17 capitais. O valor ficou igual ou abaixo de R$ 600 em cinco delas: Recife, Natal, Salvador, João Pessoa e Aracaju.
O Auxilio-Brasil começou a ser pago em agosto deste ano e seguirá até dezembro. O Centro-Oeste é a região com menor número de famílias beneficiárias do programa de transferência de renda. Tem direito a receber famílias com renda per capita mensal de até R$ 105 ou entre R$ 105,01 e R$ 210 que já eram beneficiárias do Bolsa Família, que têm o CadÚnico, mas não recebiam o Bolsa Família.