Em Goiânia, Caiado e Bolsonaro reforçam união da direita

Governador recepcionou o ex-presidente durante encontro político no Tatersal de Elite do Parque de Exposições Agropecuárias da capital

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) recepcionou, na manhã desta quinta-feira, 4, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante encontro do Partido Liberal (PL) em Goiânia. O evento no Tatersal de Elite do Parque de Exposições Agropecuárias da capital reuniu ainda deputados e pré-candidatos a prefeito pela sigla no estado. “Trabalho para fazer uma eleição em que, no segundo turno, a gente tenha condição de aglutinar todas essas forças e vencer”, afirmou Caiado ao falar de uma possível aliança entre as legendas de direita.

No reencontro com Bolsonaro, Caiado destacou a parceria com o governo de Jair Bolsonaro durante o mandato dele, entre 2019 e 2022: “Quando você foi presidente, construímos hospitais, ampliamos a nossa segurança pública e a nossa educação. Com isso, Goiás é hoje o estado mais bem avaliado do país”, destacou o governador. “Essa é a política sadia. Tivemos uma pandemia e uma guerra lá fora. Mas mostramos o potencial do nosso país”, respondeu o ex-presidente.

A proximidade entre os dois líderes vem de longa data, conforme palavras do próprio ex-presidente. “E lá em 1989 eu conheci um Caiado em cima do carro do som, como candidato a presidente. Hoje, aqui, o Caiado dá o exemplo do que ele quer para o Brasil, algo semelhante ao que ele quer para o estado de Goiás”, acenando para o governador goiano. Caiado já se lançou pré-candidato à presidência da República em 2026 e busca o apoio do ex-presidente, que foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e está impedido de concorrer nas próximas eleições presidenciais.

Ao reforçar apoio aos pré-candidatos de seu partido em Goiânia, o ex-presidente Jair Bolsonaro reforçou ainda a importância de estabelecer bases de apoio nos principais municípios. “Se plantarmos o bem na política, vamos ter bons quadros no futuro e o início da semeadura é junto à Câmara dos municípios”.

O deputado federal Gustavo Gayer, que preside o diretório municipal, foi no mesmo tom. “Temos de formar nossas bases. Esse ano é verdadeiramente o início da consolidação da direita no Brasil”, disse. Entre outras lideranças, o senador Wilder Morais também participou da recepção ao ex-presidente em Goiânia.

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Quem é o vereador que jogou mais de R$ 200 mil fora antes de ser preso pela PF

Vereador Joga R$ 220 Mil Pela Janela Antes da Prisão

Na manhã de 10 de dezembro, o vereador Francisco Nascimento, de Campo Formoso (BA), foi preso pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Overclean. Antes de ser detido, Nascimento tentou se livrar de uma sacola contendo mais de R$ 220 mil em espécie, jogando-a pela janela de sua residência. No entanto, a ação não foi suficiente para evitar a apreensão do dinheiro pela PF.

Francisco Nascimento, primo do deputado federal Elmar Nascimento (União-BA), é suspeito de participar de um esquema de desvio de verbas de emendas parlamentares através do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). A operação, realizada em parceria com a Receita Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF), também contou com o apoio da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI).

As investigações indicam que o grupo suspeito direcionou recursos públicos de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais, por meio de superfaturamento em obras e desvio de recursos. A operação resultou em 17 mandados de prisão preventiva, com pelo menos 15 cumpridos, e 43 mandados de busca e apreensão.

Além do dinheiro encontrado com Nascimento, outro alvo da operação, Flavio Henrique Lacerda Pimenta, teve R$ 700 mil em espécie apreendidos. A PF também apreendeu joias com a simbologia do Senhor do Bonfim, relógios de luxo e mais uma quantia de dinheiro em espécie.

A organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024. O grupo realizava a lavagem de dinheiro de forma sofisticada, utilizando empresas de fachada controladas por laranjas e grande fluxo de dinheiro em espécie para mascarar a origem dos recursos desviados.

A atuação do grupo envolvia operadores centrais e regionais que cooptavam servidores públicos para obter vantagens ilícitas, tanto no direcionamento quanto na execução de contratos. Após a celebração dos contratos fraudulentos, as empresas envolvidas superfaturavam valores e aplicavam sobrepreços, repassando propinas por meio de empresas de fachada ou métodos que ocultavam a origem dos recursos.

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