Em Goiânia, uma quadrilha de empresários golpistas, enganavam pessoas para adquirirem falsos financiamentos de veículos, através de ligações e WhatsApp. O caso foi revelado através da Operação Protection, nesta terça-feira, 14, pela Polícia Civil (PC).
Os golpistas tinham manuais pregados nas paredes sobre como conduzir as ligações, e dicas de como conquistar as vítimas.
“Seja seguro e demonstre segurança. Caso o cliente pergunte algo que você não saiba responder, diga que irá verificar como pode. Prosseguir nessa situação e coloque o telefone no mudo, depois vá perguntar a quem estiver mais próximo de você como responder. Depois retorne a ligação bem calmo e firme, mas, principalmente, bastante seguro de que irá responder”, diz uma das orientações.
De acordo com a PC, o consumidor via um anúncio de venda de veículos na internet, ao entrar em contato com a empresa, eles faziam promessas que lhe garantiam a aquisição do veículo num curto prazo, o cliente era convencido de forma ardilosa a pagar valores a título de “entrada” do financiamento.
Nas imagens reveladas pela corporação também tinha como responder as perguntas frequentes relacionadas ao golpe.
“Mas qual a garantia que eu tenho que realmente vou pegar o veículo? R: O contrato é um contrato recibo, ele garante 100% do nosso serviço e comprova que o senhor está realmente fazendo um financiamento, pois vai descrito o valor que o senhor está pagando”, diz uma das dicas.
Como Funcionava
As pessoas após serem convencidas a darem entrada para garantia do processo, recebiam um prazo de 5 a 7 dias para aprovação, depois que o prazo acabava e o cliente não tinha êxito em conseguir o financiamento, os clientes entravam em contato empresa, solicitando o rompimento contratual.
Nesse momento, as vítimas descobriam que o contrato assinado se tratava de consultoria financeira e tinham a devolução dos valores entregues, negada.
Operação
De acordo com as Polícia, foi cumprido sete mandados de busca e apreensão em estabelecimentos relacionados as investigações. Foram apreendidos aparelhos telefônicos, computadores, livros-caixa, cartilhas de treinamento na aplicação dos crimes, contratos e documentos diversos.
Cerca de 20 vítimas foram identificadas, mas a PC acredita que foram dezenas de pessoas que caíram na região da Grande Goiânia.
Os responsáveis pelo golpe enfrentam acusações de estelionato, associação criminosa, e prática de crimes contra as relações de consumo. As penas podem chegar a 20 anos de prisão. Foi feita abertura de inquérito e as investigações seguem e andamento.