Em Goiânia, militares que simularam confronto com jovem são indiciados por três crimes

Em Goiânia, militares que simularam confronto com jovem são indiciados por três crimes

Os quatro policiais militares apontados como autores do homicídio do auxiliar de serviços gerais, Henrique Alves Nogueira, de 28 anos, foram indiciados pela Polícia Civil (PC) nesta segunda-feira, 10, por três crimes: homicídio doloso qualificado, fraude processual e falsidade ideológica. A decisão ocorreu depois da corporação se deparar com contradições na versão dos suspeitos, que inclusive, estavam ameaçando a vítima.

No relatório apresentado pelos militares: sargento Cleber Leandro Cardoso, cabo Guidion Ananias Galdino, soldado Kilber Pedro Morais e Mayk Da Silva Moura, havia a informação de que Henrique havia sido morto em confronto no dia 11 de agosto, em uma rua de terra do Setor Real Conquista, em Goiânia.

Entretanto, os homens não contavam com uma gravação, que mostrou o momento em que eles abordam a vítima e a colocam na viatura, no Jardim Europa, um dia antes do suposto confronto. Depois disso, Henrique não foi mais visto com vida. 

Ao tomar conhecimento da morte do homem, os familiares do jovem desconfiaram da versão da polícia e pediram para que a PC investigasse a morte. No dia 16 de agosto, cinco dias após o crime, os policiais foram presos, sendo que ainda continuavam detidos.

“Como motivação, surgiu a tese por várias testemunhas, inclusive uma falou que ouviu do próprio Henrique, que ele estaria sendo ameaçado por policiais do Tático porque em determinada abordagem que ocorreu 60 dias antes do fato, ele tinha fugido levando consigo algemas que pertenciam aos militares. Foi essa a versão mais plausível”, explicou o delegado.

Confronto

Os PMs disseram que foram abordar uma moto com dois homens no Bairro Real Conquista, mas que o piloto fugiu e o garupa caiu e entrou em confronto com a equipe. Depois apresentaram à PC uma mochila cheia de drogas que seria do passageiro, identificado como Henrique Alves.

Uma câmera de um comércio, porém, registrou que Henrique não carregava nenhuma mochila no momento da primeira abordagem, conforme o delegado, fazendo com que gerasse uma divergência nos depoimentos dos policiais.

“O laudo sobre a mochila e as drogas ainda não ficou pronto e ficou só essa pendência. Mas o laudo de local de crime apontou várias inconsistências quanto à dinâmica do fato”, contou.

Histórico dos indiciados

Os quatro policiais militares indiciados também estão envolvidos em outros casos de homicídios em Goiás. Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), os militares estão envolvidos em ao menos oito processos por homicídio, que ainda seguem em andamento.

  • Guidion Ananias Galdino – aparece em 5 processos por homicídio, um por lesão leve e outro por ameaça;
  • Kilber Pedro Morais – aparece em um processo por homicídio, dois por lesão leve e um por fato atípico;
  • Cleber Leandro Cardoso – aparece em dois processos por homicídio e um por lesão leve;
  • Mayk Da Silva Moura – aparece em dois processos por homicídio.
Henrique foi morto pelos militares em uma estrada de chão. (Foto: Reprodução/G1)

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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