Em Goiás 755 pessoas se contaminaram com HIV, em 2022

A prevenção e conscientização sobre o HIV e as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) deve acontecer o ano todo, no entanto no carnaval acende um alerta maior a respeito

Goiás já registrou 755 casos de HIV nos primeiros sete meses do ano. O número representa mais de 46% do registrado em todo o ano de 2021, que foi 1.620, de acordo com dados disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO).

Ainda segundo a pasta, pessoas de 30 a 39 anos lideram o ranking com mais casos registrados. Ao todo mais de 18.500 mil goianos realizam tratamento contra o HIV. Desse total, quase 90% são do sexo masculino, somando mais 12 mil pacientes. A maioria, são moradores de Goiânia.

Vale ressaltar, que o HIV é uma doença sexualmente transmissível (IST), portanto, existem estratégias capazes de evitar a contaminação. Uma delas é o uso de preservativos (camisinhas), que estão disponíveis gratuitamente em todos os postos de saúde do estado.

Atualmente, o estado conta com 17 unidades de saúde especializadas em tratamentos para pessoas com HIV. Outras 69 realizam a triagem dos pacientes que estiveram expostos à doença e ainda não tiveram diagnóstico concluído.

Para atender esses pacientes, a SES distribuiu a municípios goianos, de janeiro a julho deste ano, 3.305 dispensações de medicamentos para a Profilaxia Pré-Exposição (Prep) e 1.362 para a Profilaxia Pós-Exposição (PEP).

Mas o que são esses medicamentos e quando eles são indicados?

De acordo com a coordenadora de componente estratégico da gerência de assistência farmacêutica da SES-GO, Viviane de Cássia Troncha Martins, o Prep é indicado para o uso preventivo antes da exposição ao vírus HIV, reduzindo a probabilidade de infecção.

Coordenadora de componente estratégico da gerência de assistência farmacêutica da SES-GO, Viviane de Cássia Troncha Martins. (Foto: Arquivo pessoal)

“O público prioritário da Prep são as populações que concentram o maior número de casos de HIV no País: gays, trans, trabalhadores/as do sexo e parceiros sorodiferentes (quando uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não). No entanto, essa profilaxia pode ser usada por toda a população, após orientação e acompanhamento”, explicou Viviane.

Já a PEP é considerada profilaxia de emergência e é realizada com medicamentos antirretrovirais, que devem ser usados logo após a pessoa ter tido um possível contato com o vírus HIV em situações como violência sexual, relação sexual desprotegida (sem uso de camisinha ou com rompimento do preservativo) e acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico). Para funcionar, a PEP deve ser iniciada logo após a exposição de risco, em até 72 horas, e deve ser tomada por 28 dias.

“O medicamento, quando o vírus entra no nosso organismo, ele vai passando por etapas. E o medicamento vai inibir que o vírus integre a célula. Quanto mais rápido a gente proteger a célula, maiores as chances do vírus não replicar e a pessoa não se contaminar”, explicou a coordenadora.

Os medicamentos antirretrovirais são dispensados em 43 municípios goianos, em todas as regiões do Estado. No Caso da Prep, existem em Goiás as unidades de referência, nas cidades de Anápolis, Aparecida de Goiânia, Catalão, Cidade Ocidental, Goiânia, Jataí e Rio Verde, com acompanhamento trimestral e exames periódicos.

Tratamento para HIV

Ambos os tratamentos são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como direito de todos os brasileiros. A Gerência de Atenção Primária da SES-GO destaca que essas profilaxias surgiram como métodos na luta contra o HIV. E nenhuma dessas profilaxias substituem a necessidade de uso do preservativo (camisinha).

A gerência ressalta que ainda há muito a se fazer no trabalho de prevenção ao HIV, que inclui educação sexual, políticas eficazes de saúde pública de prevenção e o combate ao preconceito e à discriminação.

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