Em Goiás, número de divórcios aumenta pelo terceiro ano consecutivo de pandemia

Mais de 12.600 casais goianos enfrentaram divórcios nos últimos dois anos e meio. Desde a pandemia, muitos casamentos chegaram ao fim. O isolamento social pressionou os relacionamentos e pode ter sido o gatilho para muitos casais se decidirem por abandonar a vida a dois.

Em 2020, o primeiro ano da disseminação do coronavírus em todo o mundo teve registro de  5.237, um aumento de 13,2% em relação ao ano anterior. A tendência de alta em Goiás seguiu no ano passado com 4.742 e este ano já foram 2.686 divórcios até agosto, o equivalente a 56,6% do total de 2021. As estatísticas são do Colégio Notarial do Brasil.

O número de casamentos se manteve relativamente estável, tendo leve baixa nos dois primeiros anos de pandemia, em 2020 e em 2021, no Brasil e em Goiás. As medidas sanitárias que impedem a aglomeração de pessoas nas cerimônias surge como uma das explicações. No ritmo atual registrado até agosto deste pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), os matrimônios devem chegar à marca dos anos anteriores.

A psicóloga Carolina Ribeiro explica que a pandemia pode ter acelerado o fim de muitos relacionamentos porque obrigou os casais a compartilharem as dificuldades e fraquezas individuais e ainda conhecer melhor o parceiro. Em grande parte dos casos, a decisão se baseou no desencontro de expectativas de cada um com a do próprio casamento. 

“A insegurança causada pela pandemia e as complicações financeiras pela perda de emprego tendo que manter o isolamento social com um parceiro que nem sempre se conhece realmente. Hoje em dia, as pessoas se relacionam normalmente aos finais de semana, ou seja, em momentos de lazer. Quase não há a convivência frequente. Os casais saem para trabalhar e não ficam juntos em diferentes momentos”, detalha.

Ela sugere que as pessoas observem durante o namoro a rotina, o comportamento, como é o tratamento do parceiro com você e as outras pessoas, as fantasias, os sonhos, os interesses em comum a médio e longo prazos para que haja objetivos e um futuro juntos. A especialista lembra que a paixão costuma fazer as pessoas ignorarem atitudes que mais tarde ganham proporções desmedidas dentro do matrimônio e podem culminar no divórcio.

O fim do casamento é o último recurso para o incômodo e mal-estar acumulados ao longo de um período de tempo, por isso a decisão ocorre quando se está muito “machucado”. Apesar disso, o sofrimento típico a qualquer término de relacionamento também aparece, principalmente no processo de desapego com o outro e na mudança de rotina de vida.

“Na minha prática clínica, não há arrependimento sobre o divórico. Geralmente o paciente já está em processo terapêutico e isso vai sendo bem trabalhado até que ocorra a decisão, ou seja, foi bem pensado. Em poucos casos há arrependimento. A busca de um novo eu faz que a pessoa se (re) descubra e perceba que aquele parceiro já não cabia mais em sua vida”, pontua.

Desburocratização

O divórcio pode ocorrer no cartório ou no Judiciário. O local para dar entrada no pedido depende do tipo de separação. Se for consensual, a solicitação pode ocorrer em qualquer tabelionato de notas. Caso seja litigioso, ou seja, não consensual, é necessário seguir pela via judicial.

 

 

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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