Em Goiás, preço do pão francês deve subir até 15% por causa da guerra

Em Goiás, preço do pão francês deve subir até 15% por causa da guerra

Além dos impactos humanitários da guerra entre Rússia e Ucrânia, que já contabiliza pelo menos 211 mortos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o conflito traz impactos econômicos, inclusive no preço do trigo. O Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado de Goiás (Sindipão) estima que o pão francês deva ficar de 10% a 15% mais caro no estado.

Segundo o presidente do sindicato, Marcos André, 29% do trigo mundial é produzido na região do conflito. Ano passado, o Brasil comprou apenas dois navios do cereal vindo Rússia, segundo ele. No entanto, o mercado brasileiro importa grande quantidade da Argentina, que acompanha o preço com base no produto russo. “Trigo é commodity e commodity é cobrado pelo preço do dia. A gente compra da Argentina, Uruguai, Paraguai e Estados Unidos também. Todos acompanham o preço mundial”, explica o presidente do Sindipão.

Segundo Marcos, o trigo sofreu aumento de 8,5% este mês. O reajuste estava previsto, mas apenas para abril. Ele aponta que a antecipação já é consequência da guerra no leste europeu. O setor observa o cenário com preocupação.

“Se eles [na Rússia] pararem a movimentação e o transporte, afeta o mundo inteiro. O mercado pode ficar comprometido e podemos ter dificuldade na compra do trigo”, antecipa o presidente do Sindipão.

Dificuldade esta que se soma a outras, no contexto de pandemia e elevação de preços. “As empresas já estão sufocadas com o aumento do combustível, que reflete nas nossas matérias-primas. Os custos de aluguel aumentaram coisa absurda. No caso de Goiânia, o IPTU também prejudica. Na minha loja, por exemplo, tive aumento de 60% no imposto. Esses reajustes vão para a planilha de custos e acabam impactando no preço [do pão]”, detalha Marcos André.

Hoje, a média do quilo de pão francês é de R$ 18,00 em Goiás, mas algumas padarias de Goiânia chegam a cobrar R$ 22,00. E o preço deve aumentar. “A gente vai segurar o máximo que puder, porque o poder aquisitivo do consumidor também está baixo. Mas fica quase impossível não alterar”, conclui o presidente do sindicato.

 

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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