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Em Goiás, preço do pão francês deve subir até 15% por causa da guerra

Última atualização 03/03/2022 | 10:50

Além dos impactos humanitários da guerra entre Rússia e Ucrânia, que já contabiliza pelo menos 211 mortos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o conflito traz impactos econômicos, inclusive no preço do trigo. O Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado de Goiás (Sindipão) estima que o pão francês deva ficar de 10% a 15% mais caro no estado.

Segundo o presidente do sindicato, Marcos André, 29% do trigo mundial é produzido na região do conflito. Ano passado, o Brasil comprou apenas dois navios do cereal vindo Rússia, segundo ele. No entanto, o mercado brasileiro importa grande quantidade da Argentina, que acompanha o preço com base no produto russo. “Trigo é commodity e commodity é cobrado pelo preço do dia. A gente compra da Argentina, Uruguai, Paraguai e Estados Unidos também. Todos acompanham o preço mundial”, explica o presidente do Sindipão.

Segundo Marcos, o trigo sofreu aumento de 8,5% este mês. O reajuste estava previsto, mas apenas para abril. Ele aponta que a antecipação já é consequência da guerra no leste europeu. O setor observa o cenário com preocupação.

“Se eles [na Rússia] pararem a movimentação e o transporte, afeta o mundo inteiro. O mercado pode ficar comprometido e podemos ter dificuldade na compra do trigo”, antecipa o presidente do Sindipão.

Dificuldade esta que se soma a outras, no contexto de pandemia e elevação de preços. “As empresas já estão sufocadas com o aumento do combustível, que reflete nas nossas matérias-primas. Os custos de aluguel aumentaram coisa absurda. No caso de Goiânia, o IPTU também prejudica. Na minha loja, por exemplo, tive aumento de 60% no imposto. Esses reajustes vão para a planilha de custos e acabam impactando no preço [do pão]”, detalha Marcos André.

Hoje, a média do quilo de pão francês é de R$ 18,00 em Goiás, mas algumas padarias de Goiânia chegam a cobrar R$ 22,00. E o preço deve aumentar. “A gente vai segurar o máximo que puder, porque o poder aquisitivo do consumidor também está baixo. Mas fica quase impossível não alterar”, conclui o presidente do sindicato.