Em Jaraguá, Prefeitura reclama de cobrança abusiva em pedágio e Procon fiscaliza

A concessionária Ecovias do Araguaia tem dez dias para apresentar esclarecimentos sobre preço cobrado no pedágio na praça de Jaraguá. A cobrança foi considerada abusiva pela Prefeitura municipal, que acionou o Procon Goiás. Com a autuação, o órgão notificou a empresa e pediu detalhes sobre os serviços prestados nas BRs 153, 080 e 414. A multa aplicada em caso de confirmação de irregularidades chega a R$ 11 milhões.

Os valores de R$ 8,30 a R$ 14,20 cobrados para automóveis, caminhonetes e furgões tem sido motivo de reclamação dos motoristas. A empresa chegou a lançar uma espécie de promoção para abatimento do pedágio com cronograma de descontos progressivos de 5% e chegam a 99,7%.

Na visita, os fiscais constataram ainda outras irregularidades que motivaram outras autuações. A Ecovias do Araguaia não tinha exemplares do Código de Defesa do Consumidor, não expôs o número de telefone para contato com o Procon Goiás nem afixou cartazes esclarecendo sobre a Lei do Troco. 

A legislação estabelece que, na falta de cédulas ou moedas para devolução do troco, o fornecedor deverá arredondar o valor para quantia menor, sempre em benefício do consumidor. A concessionária informou por meio de nota que cumpre as determinações firmadas com o governo federal e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além de afirmar que os valores de pedágio estão previstos no contrato de concessão.

Na BR-153, os postos de pedágio da empresa ficam em Porangatu, Estrela do Norte, Campinorte, Hidrolina e Jaraguá. Na BR-080, será instalado um na cidade de Santa Rita do Novo Destino e outro na BR-414, em Corumbá de Goiás. O contrato de concessão com duração de 35 anos prevê como contrapartida a duplicação das pistas em Uruaçu,  Campinorte, Rialma e Rianápolis até 2025. 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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