Em Pernambuco, Caiado alerta para prejuízos com a Reforma Tributária

Com a Reforma Tributária, Goiás pode ficar sem recursos suficientes para investimentos em áreas prioritárias como saúde, educação e segurança pública, setores que se destacam a nível nacional por conta de índices positivos, conquistados desde 2019.

O alerta foi feito pelo governador Ronaldo Caiado durante passagem nesta terça-feira, 22, pela região Nordeste do país no encontro do Lide – Grupo de Líderes Empresariais de Pernambuco, em Recife.

O Chefe do Executivo ressaltou as consequências negativas caso o atual texto da Reforma Tributária seja aprovado no Senado Federal.

O governador apresentou uma visão objetiva destacando ameaças iminentes ao mercado de trabalho, educação, programas sociais, melhoria do ambiente de negócios, segurança pública e infraestrutura.

“Não consigo entender como esse projeto, da forma que está, é levado para frente sem que haja uma planilha ou simulação dos prejuízos que a população terá. A pergunta que faço é: como você trata de um assunto que atinge a vida de todos sem ter um estudo concreto?”, questionou Caiado.

REFORMA TRIBUTÁRIA

Caiado ainda apontou que a proposta atual pode comprometer mecanismos essenciais para o desenvolvimento regional e desequilibrar o pacto federativo, centralizando decisões tributárias que tradicionalmente pertencem a estados e municípios.

“Da forma como está, restaria a um conselho federal, a ser criado, definir recursos para compensar essas perdas”, pontua.

É que com a aprovação do atual modelo que está em discussão no Senado Federal, a cobrança de impostos passa a ser concentrada em estados que são grandes consumidores e não produtores, como é o caso de Goiás. Outra mudança é a transferência de grandes indústrias de estados em desenvolvimento justamente para os grandes centros. O que pode ocasionar perda de empregos nessas regiões.

Estados do Nordeste e Centro-Oeste do país poderão ter uma redução drástica de arrecadação, o que provocará a perda de recursos importantes para investimentos como:

Infraestrutura (construção de rodovias e hospitais)

  • Saúde (verbas para custear unidades regionais e cirurgias)
  • Educação (repasse do programa Bolsa Estudo)
  • Segurança pública (aquisição de viaturas e aumento de efetivo)
  • Políticas de desenvolvimento social (programa de distribuição de renda, como o Mães de Goiás).

Caiado destaca que Goiás cresceu 6,6% em 2022, enquanto o país avançou 2,9%. Com isso deixa claro sua preocupação aos prejuízos.

“Se estamos avançando nestes setores, com o nosso PIB registrando mais que o dobro do índice nacional foi por termos autonomia de gestão, saber direcionar as áreas que devemos investir para conseguir um melhor desenvolvimento. Isso é política de Estado”.

E ainda aponta sobre as mudanças que serão provocadas na administração pública.

“O povo, por meio do voto, nos deu esse poder de gestão. Então, não se pode retirar de governadores e prefeitos essas prerrogativas constitucionais que lhes são dadas”, explicou Caiado”, critica.

O governador de Goiás disse que sua atuação é em defesa de todos os goianos.

“Nós temos de ter uma política regional, que não está sendo analisada com esse projeto de reforma tributária”, reforça.

E ainda pontua os prejuízos. “Os 102 municípios mais produtivos de Goiás, grandes produtores em agropecuária, indústria, mineração, com presença de montadoras, vão perder quase R$ 1,5 bilhão ao ano”, projetou.

LIDE

Em Pernambuco, Caiado ainda discutiu os desafios econômicos atuais do país e abordou diversos tópicos cruciais para o desenvolvimento e progresso, em palestra intitulada ‘Desafios para o Brasil sob a ótica de um Estado Que Dá Certo’.

Ele proporcionou uma visão abrangente dos desafios, conquistas e visão estratégica do estado de Goiás junto a empresários, líderes e membros da imprensa, promovendo um diálogo sobre os rumos econômicos e sociais do Brasil.

A programação seguiu com um almoço-debate, focado no mesmo tema. O economista Caio Megale, presidente do Lide Economia, juntou-se ao governador para uma análise detalhada das questões econômicas em pauta.

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Pobreza na Argentina caiu para menos de 40%, aponta governo

Pobreza na Argentina: Desafios e Dados

O índice de pobreza na Argentina caiu para 38,9% no terceiro trimestre deste ano, enquanto a pobreza extrema, ou indigência, recuou para 8,6%, conforme estimativa do Conselho Nacional de Coordenação de Políticas Sociais (CNCPS), divulgado nesta quinta-feira, 19. A medição oficial do Indec, que ocorre semestralmente, havia apontado 52,9% de pobreza na primeira metade do ano.

O governo atribui essa redução às políticas econômicas implementadas para controlar a inflação e estabilizar a economia, além de um foco maior nas transferências de recursos diretamente para os setores mais vulneráveis, sem a intermediação de terceiros. No início da gestão de Javier Milei, metade dos recursos destinados à população em situação de vulnerabilidade era distribuída por meio de intermediários.

Embora os números absolutos variem, especialistas concordam que os indicadores de pobreza estão em declínio. Martín Rozada, da Universidade Torcuato Di Tella, calculou que, se a tendência continuar, a taxa de pobreza pode se situar em torno de 40% até o final do ano, com a indigência em cerca de 11%.

Agustín Salvia, do Observatório da Dívida Social da UCA, apontou que a redução da pobreza foi impulsionada pela desaceleração dos preços e pelo aumento do poder de compra da renda laboral das classes médias, com a indigência caindo de 10% para 8,5% entre 2023 e 2024.

Leopoldo Tornarolli, da Universidade de La Plata, também previu que a pobreza em 2024 pode terminar abaixo dos níveis de 2023, devido à queda expressiva no primeiro semestre do ano.

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