Em São Paulo, Caiado defende investimentos e maior controle de presídios

O combate sistemático e sem tréguas ao crime organizado foi tema de palestra ministrada pelo governador Ronaldo Caiado nesta segunda-feira, 09, em São Paulo, para lideranças do setor produtivo, ex-ministros, ex-senadores e deputados. Como convidado do Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Caiado abordou as estratégias implementadas na área, que colocaram Goiás como referência nacional, na contramão da onda de violência em diversos estados do Brasil. Ao final, foi homenageado com a medalha da entidade representativa do empresariado.

“A falta de segurança é uma situação que desestrutura a governabilidade”, afirmou Caiado, para cobrar, em seguida, integração entre as gestões. “Há um processo de acovardamento da autoridade a enfrentar essas estruturas que estão se consolidando como um processo metastático de evolução rápida”, complementou. Para ele, é preciso firmeza e estratégia para lidar com o problema e evitar o descrédito perante a população.

Poucos dias após ao crime que deixou três médicos mortos e um gravemente ferido, e do domínio escancarado das facções criminosas no Rio de Janeiro dentro das penitenciárias, Caiado destacou a urgência do controle do sistema penal no Brasil. Ele reforçou que a integração do serviço de inteligência com estados vizinhos, o fim das visitas íntimas para detentos de alta periculosidade, maior controle interno e abertura de três novos presídios de segurança máxima em Formosa, Águas Lindas e Planaltina de Goiás foram cruciais no processo de redução da criminalidade. “Temos de deslocar presos perigosos até três vezes por ano, trocando de penitenciária. Deslocamos toda uma estrutura para impedir as ramificações”, explicou.

O governador lamentou o aliciamento de jovens para o crime, que “veem essas pessoas (os criminosos) progredirem, de carros modernos, motos e vestimentas, tornando um perfil daquilo que sonham para o futuro”. E reforçou o compromisso do Estado com o investimento em educação e geração de oportunidades para a juventude, em um trabalho que une diversas pastas da administração.

“É importante lembrar dos programas sociais de Goiás, da evolução da educação no estado, das oportunidades aos jovens para ter acesso às universidades, ao primeiro emprego. Tudo isso mostra que é possível fazer um governo onde se imponha a ordem, a lei, a segurança, a liberdade e o crescimento amparado no desenvolvimento das pessoas”, observou o ex-deputado federal pela Bahia e conselheiro da Associação, José Carlos Aleluia.

Referência

Os resultados positivos obtidos pelas polícias goianas foram demonstrados em vídeo com dados do Observatório de Segurança Pública. No primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, o número de crimes de roubo de veículos caiu 85% e a transeuntes, 74%. Roubo a comércio registrou queda de 75%; roubo a residência, menos 63% e homicídios, menos 45%.

No cenário nacional, o clima é de insegurança. Pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha em setembro apontou a segurança pública como o quesito de maior insatisfação da população brasileira. Conforme os resultados, 71% das pessoas se dizem inseguras, enquanto o índice em 2020 era de 69%.

O ex-senador pelo Piauí Heráclito Fortes destacou o pânico entre os brasileiros e parabenizou o Governo de Goiás pelos resultados. “Este é um tema corajoso, que só homens de coragem conseguem assumir de verdade. O que está acontecendo em Goiás deve ser notícia nacional. Saber que existe um estado onde a estratégia de segurança funciona, tranquiliza a população”, elogiou.

O presidente da ACSP, Roberto Ondine, parabenizou o Governo de Goiás e condecorou o chefe do Executivo pela referência nacional. “Hoje nós tivemos uma aula sobre segurança pública. Já tivemos algumas discussões do que deveria ser feito, mas o senhor trouxe para nós um resultado, ação, junto com a coragem e a competência. E nós gostaríamos de passar as suas mãos uma recordação como um amigo desta casa e esta medalha. Muito obrigado”, encerrou Ondine.

Representantes de mais de 420 associações participaram do evento, realizado em formato híbrido (presencial e online). Entre eles o ex-ministro da Justiça Toquarto Jardim, Andrea Matarazzo (ex-embaixador do Brasil na Itália), Paulo Roberto Barreto Bornhausen (ex-deputado federal por Santa Catarina), Pimenta da Veiga (ex-prefeito de Belo Horizonte), Vilmar Rocha (ex-deputado federal por Goiás) e Francisco Júnior (ex-deputado federal e presidente da Companhia do Desenvolvimento Econômico de Goiás).

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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