Em três meses, brasileiros gastam US$ 2,7 bi em sites de apostas do exterior

Brasileiros gastam US$ 2,7 bi em sites de apostas do exterior

As remessas enviadas por brasileiros ao exterior através de sites de apostas chegaram a cerca de US$2,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano. A estatística foi divulgada pelo Banco Central dentro do novo balanço de pagamentos. 

Deste total, cerca de US$ 600 milhões fazem referência à remuneração paga aos sites estrangeiros que organizam apostas. Outros US$ 2,1 bilhões são de recursos enviados ao exterior para compor os fundos que são distribuídos aos vencedores destas apostas. 

Voltaram ao Brasil cerca de US$ 1,7 bilhões sob forma de prêmios aos vencedores que moram em território nacional. Em reais, essas transferências equivalem a R$ 13,7 bilhões, considerado o valor do dólar. Já as transferências anuais podem chegar perto de US$ 11 bilhões, cerca de R$ 55 bilhões na moeda nacional. 

Contabilização 

Desde o começo deste ano, os valores transitados entre os sites de apostas passaram a ser contabilizados em duas contas distintas. 

Em uma delas, os chamados ”serviços culturais, pessoais e recreativos”, são contabilizados a distribuição de remessas a títulos de remuneração das empresas ocorridas entre o primeiro trimestre de 2022 e de 2023. Neste meio, foi contabilizado cerca de US$ 587 milhões entre os dois períodos, passando de US$ 79 milhões para US$ 666 milhões. 

Já na outra conta é intitulada como ”Outras Transferências”. Nesta conta, entra a distribuição para o exterior que será dividido entre os ganhadores das apostas. Existem também outras remessas que transmitem nessa conta, como doações internacionais de recursos. Por isso, não é possível diferenciar as duas áreas. 

No entanto, pela variação entre o primeiro trimestre de 2022 e o primeiro trimestre de 2023, é possível ter uma ideia muito aproximada sobre o quanto os brasileiros ganharam em sites de apostas

De um período para o outro, a conta cresceu cerca de US$ 2,219 bilhões. Isso explica que os brasileiros transferiram cerca de R$ 2,129 bilhões para sites de apostas. Por outro lado, o Brasil recebeu cerca de US$ 1,7 bilhão em prêmios distribuídos entre apostadores residentes no território nacional.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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