Em último pronunciamento de 2021, Bolsonaro crítica passaporte vacinal e defende governo

Na noite desta sexta-feira (31/12), o presidente Jair Bolsonaro (PL), fez seu último pronunciamento oficial do ano. O discurso do mandatário foi gravado com antecedência, antes mesmo de sua viajam de férias à Santa Catarina e durou cerca de 6 minutos. Na fala, Bolsonaro defendeu o governo, voltou a se opor à obrigatoriedade do passaporte vacinal e criticou rivais políticos.

Durante o pronunciamento, o presidente também citou investimentos do BNDES no exterior e disse que o governo completou três anos sem corrupção. Além disso, falou sobre a conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco e o pagamento do Auxílio Brasil.

“Não apoiamos o passaporte vacinal. Nem qualquer restrição àqueles que não desejam se vacinar. Também, como anunciado pelo ministro da Saúde, defendemos que a vacina para as crianças entre cinco e onze anos sejam aplicadas somente com o consentimento dos pais e prescrição médica. A liberdade tem que ser respeitada”, declarou.

Críticas

Bolsonaro também criticou os governadores dos estados pelas políticas de distanciamento e restrições sanitárias decretadas durante a pandemia. Para ele, foram as medidas econômicas federais que evitaram uma crise econômica no país. Na sequência, ainda atacou o programa Bolsa Família, percussor do atual programa de transferência de renda Auxílio Brasil. Alguns ex-ministros também foram lembrados no discurso.

“Formamos um ministério com pessoas capazes para enfrentar a todos os desafios. Ao longo do tempo, alguns o deixaram por livre e espontânea vontade. Outros foram substituídos por não se adequarem aos propósitos da maioria que me elegeu”, disse.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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